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Após pedido do STF, Justiça determina que PF investigue execução de juíza

Exigência partiu de ministério depois de Peluso classificar morte como 'atentado à democracia'

Por João Domingos e Mariângela Gallucci
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou que a Polícia Federal investigue a morte da juíza de Niterói, Patrícia Lourival Acioli, executada nesta madrugada em Niterói, no Rio de Janeiro. "O presidente do Supremo Tribunal Federal, Cesar Peluso, me procurou e pediu para que nós entrássemos nas investigações. Eu, então, conversei com o governador Sérgio Cabral e determinei à Polícia Federal que entre no caso, já a partir de agora", disse o ministro.

 

Peluso deverá falar ainda hoje sobre o assunto o governador do Rio, Sérgio Cabral.

 

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O STF divulgou uma nota na qual o presidente do tribunal e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pede apuração rápida do crime e punição rigorosa dos responsável. Peluso afirma que o assassinato da juíza foi um atentado à independência do Judiciário, ao Estado de Direito e à democracia.

 

"Em nome do Supremo Tribunal Federal, do Conselho Nacional de Justiça e do Poder Judiciário, repudio o brutal assassinato da juíza Patrícia Lourival Acioli. Crimes covardes contra a pessoa de magistrados constituem atentados à independência do Judiciário, ao Estado de direito e à democracia brasileira. A preservação do império da lei em nosso país exige a rápida apuração dos fatos e a punição rigorosa dos responsáveis por este ato de barbárie", diz Peluso na nota.

 

Ele ainda se solidariza à família e elogia o trabalho da magistrada. "A juíza Patrícia Lourival Acioli deixa uma lição de profissionalismo, rigor técnico e dedicação à causa do direito. Que esse exemplo sirva de consolo a seus familiares, a quem encaminho minha solidariedade e sinceras condolências", conclui.

 

Rio. O presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro, Antônio Siqueira, também disse que o assassinato de Patrícia Accioli "é um ataque à democracia brasileira". Ele pediu a criação de uma força-tarefa de juízes para o combate às milícias e demais máfias organizadas na comarca de São Gonçalo, onde a juíza atuava.

 

"É uma tentativa de intimidar os magistrados no cumprimento do dever constitucional de combater o crime organizado. Não vamos nos intimidar e precisamos dar uma resposta imediata", afirmou Siqueira.

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Atualizada às 13h35

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