Aposentado é vítima do golpe "boa noite Cinderela"

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O procurador aposentado do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas, X.A.F.S.F, de 56 anos, foi vítima na madrugada de ontem do golpe "boa noite Cinderela", aplicado por Luís Carlos Gomes de Abreu, de 44 anos. Ele foi preso em flagrante pela polícia ao tentar levar eletrodomésticos do apartamento do procurador. Reincidente no crime, Abreu estava em liberdade condicional e responderá por roubo - pena de 4 a 20 anos de detenção. "A pena poderá ser agravada não só porque ele é reincidente, mas também porque a vítima ficou impedida de reagir", disse a delegada Valquíria Lucas, da 14ª DP (Leblon). O assaltante estava com X. na boate gay La Coeva, em Copacabana, zona sul da cidade, quando os dois resolveram ir ao apartamento do procurador, em Ipanema, zona sul da cidade. Segundo o porteiro Wandir Custódio, de 49 anos, os dois chegaram às 3h50 e Abreu permaneceu no apartamento por cerca de 25 minutos. Em depoimento à polícia, o assaltante disse ter colocado o tranqüilizante Lorax na bebida de X. ainda na boate. Ao chegar ao apartamento, a vítima caiu desmaiada na cama. O ladrão aproveitou para fugir levando TV, videocassete e um aparelho de CD enrrolados num cobertor. O porteiro desconfiou do embrulho e pediu para verificar. "Ele me disse que era sobrinho do procurador e que aquilo era roupa suja. Achei estranho e pedi para ver. Descobri que ele levava uma tevê", disse. Segundo Custódio, Abreu o ameaçou e voltou para o apartamento de X. O porteiro, então, resolveu chamar a Polícia Militar. "Quando os policiais chegaram, ele se mostrou preocupado, batia no rosto do procurador, fingindo estar tentando acordá-lo. Era a minha palavra contra a dele", disse o porteiro. A farsa só foi desfeita com a ajuda de Cláudio, amigo de G, de 23 anos, filho da vítima. G. vinha de uma boate com o amigo quando viu o pai desmaiado na cama. Cláudio, que não quis dizer o sobrenome, descobriu que seu celular estava no bolso de Abreu. "Eu o havia deixado carregando antes de sair, mas quando voltei para a casa senti falta dele. Na polícia, descobri que meu celular estava no bolso do bandido", explicou Cláudio. G., filho do procurador, contou que seu pai era solteiro e morava no Rio há três anos. "Fiquei surpreso com a história", disse. Segundo a direção do Hospital Miguel Couto, para onde foi levado pelo filho, o procurador deveria ser liberado ainda ontem.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.