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Apreendida espada que pode ter matado Tim Lopes

Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia do Rio apreendeu nesta sexta-feira uma espada de samurai que pode ter sido usada no assassinato do repórter Tim Lopes, da Rede Globo, morto no dia 2 de junho, na Favela da Grota, no complexo do Alemão, na zona norte do Rio. A arma estava em um barraco na Favela do Jacarezinho, também na zona norte, onde o tráfico de entorpecentes é controlado por Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, principal acusado pelo crime, preso desde 19 de setembro. A lâmina da espada tem aproximadamente um metro e estava suja de sangue. ?Esse sangue ainda está fresco. Pelo jeito, foi usada recentemente?, disse o chefe do cartório da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), Luiz Mattos, descartando a hipótese de o sangue ser de Lopes. A inspetora-chefe da DRE, Marina Maggessi, afirmou que a arma será apresentada aos acusados pela morte do jornalista. ?No depoimento dos dois primeiros presos, eles disseram que o Tim tinha sido assassinado a golpes de espada ninja. Quem vai dizer se esta espada foi ou não serão esses dois presos?, declarou a policial. Dos nove indiciados pelo crime, dois estão mortos. Mattos disse que a espada é bastante afiada e feita com aço ?extremamente duro?. ?Cortar uma cabeça (com a espada) é o de menos. Quem tem habilidade corta uma pessoa ao meio. É que nem você vê nos filmes de kung fu?, disse ele, que afirmou não ser esta a primeira apreensão de uma arma desse tipo. Esquartejar e queimar as vítimas é uma prática comum entre os traficantes. Foi o que fizeram com Lopes, que produzia uma reportagem sobre abuso sexual de menores em um baile funk na Favela Vila Cruzeiro, na Penha, na madrugada do dia em que foi assassinado. A apreensão aconteceu em um barraco localizado no beco projetado da Rua Esperança, conhecido como ponto de venda de drogas. Seis agentes da DRE estavam na operação e participaram de um curto, mas intenso tiroteio com os traficantes, que conseguiram fugir. No local, além da espada, a polícia encontrou um fuzil FAL, de uso do Exército, uma espingarda calibre 12, uma pistola de fabricação chinesa, três granadas de fabricação caseira, 3.600 papelotes e um quilo de cocaína, cerca de cinco quilos e 29 trouxinhas de maconha e dois rádios de comunicação. Todo o material será enviado para perícia no Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). Um caderno com a contabilidade do tráfico também foi apreendido. Nele, havia anotações sobre ?arregos?, gíria usada pelos criminosos para o pagamento de suborno a policiais.

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