''Aqui é como se fosse o quintal de nossa casa''

Conselho gestor pretende fiscalizar as reformas da Prefeitura; parque será reaberto hoje

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Por Mônica Cardoso
Atualização:

Os frequentadores do Parque da Aclimação, na zona central, foram surpreendidos ontem com os portões fechados. Todos os dias, grupos de ginástica, tai chi chuan e lian gong se reúnem nas dependências do parque. "Aqui é como se fosse o quintal de nossa casa. Houve falha da administração porque a manutenção deveria ser periódica. Agora, começam a falar que a culpa é da chuva", diz o funcionário público Antonio Carlos Barbosa, de 51 anos, que corre diariamente no parque. Segundo ele, até o fim do ano passado, o cheiro no lago era insuportável por causa das inúmeras ligações de esgoto clandestino. O arquiteto Guilherme Morais, de 43 anos, passeia ali com o cachorro três vezes por semana. "Várias obras estão sendo realizadas no parque, mas se esquecem da poda de árvores e da limpeza do lago", diz. "A administração proíbe a entrada de ciclistas, mas não resolve os problemas realmente sérios." O conselho gestor do parque pretende fiscalizar as obras no lago realizadas pela Prefeitura. "Vamos acompanhar para que sejam concluídas o mais rápido possível. Sem a água, pudemos ver a imensa sujeira que ficava submersa no lago, como pneus e garrafas plásticas", diz Orlando Tessaro, membro do conselho gestor. A Associação de Preservação do Cambuci e da Vila Teodoro pretende realizar um abraço coletivo em volta do lago no sábado, às 10 horas. O lago é o coração do parque. Ele ocupa 30% da área oficial do parque, de 112 mil m². Inaugurado há 70 anos, o parque foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat). Ele foi a primeira área verde urbana tombada no País. O parque, que ficou fechado ontem para a retirada do cisne e a colocação de tela de proteção em volta do lago, será reaberto hoje.

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