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Argentinos libertados em Florianópolis

Por Agencia Estado
Atualização:

Os argentinos Andrés Nicola Cano, de 21 anos, e Tomás Ciarrocchi, de 22, foram libertados hoje, por volta das 19 horas, após prestarem depoimentos na Justiça Federal de Florianópolis. Os dois turistas estavam presos há dez dias em uma cela da Polícia Federal, acusados de tentar trocar uma nota falsa de US$ 100 em um supermercado na praia de Canasvieiras, na capital catarinense. O juiz Celso Wiggers entendeu que os rapazes não agiram de má fé e arquivou o processo. "Apesar de tudo, continuo amando esta cidade e voltarei a passar férias aqui", declarou Andrés. "Entendo que somos argentinos, que lá nossa legislação é diferente, mas acho não merecíamos ser tratados como traficantes", desabafou Tomás. O advogado de defesa, Ivo Carioni sempre trabalhou com a certeza de que a nota era mesmo falsa, mas que os jovens a utilizaram sem saber da falsificação. Durante o interrogatório, que durou cerca de três horas, o juiz não quis ouvir as testemunhas de acusação: "Aproveitei a brecha e pedi a absolvição sumária", explicou. Os pais de Andrés não tinham dúvidas de que o filho e Tomás seriam libertados. "Estávamos muito seguros, porque, além de sabermos que os dois eram inocentes, confiamos na Justiça brasileira", disse Margarita Cibbons. Ela chegou com o marido Alfredo Cano no domingo a Florianópolis. Convencido da inocência dos jovens desde que tomou conhecimento do caso, o cônsul da Argentina em Florianópolis, Valdo Palmai, comemorava: "Acho que o juiz teve muita sensibilidade e compreendeu toda a situação. O que mais me deixou feliz foi ver os brasileiros comemorando junto com nós, argentinos, a libertação dos rapazes", declarou. Um outro caso semelhante, ocorrido no final da noite de domingo em Balneário Camboriú, teve final mais tranqüilo para os suspeitos, também argentinos. O casal Hector Rafael Regis e Fabiana Soledad Uchoa foi detido pela Polícia Militar de uma das cidades mais badaladas do litoral catarinense e encaminhado para a delegacia da Polícia Federal mais próxima, em Itajaí. Esses turistas também foram presos porque tentavam fazer compras com uma suposta nota falsa de US$ 100. Como a Polícia Federal de Itajaí não tem condições de fazer a análise técnica da nota, o delegado Geraldo Barizon Filho liberou os dois. "Já que não tenho como verificar a autenticidade do dinheiro e como entendo que eles não agiram de má fé, preferi não prendê-los", justificou. Ao comentar o caso, o advogado Carioni foi taxativo: "Esse delegado, sim, usou de bom senso."

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