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Armas poderão ser entregues ao exército, polícias e bombeiros

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, assinou na noite desta quarta-feira uma portaria para permitir o credenciamento de instituições militares de segurança e defesa civil, como Exército, polícias militar e civil e corpo de bombeiros, a fazer o recolhimento de armas em todo o País. A medida tem por objetivo descentralizar a coleta, hoje exclusiva da PF, para que a campanha de desarmamento, iniciada no último dia 15, chegue aos 5.600 municípios brasileiros, inclusive os de regiões remotas da Amazônia e os da faixa de fronteira. A mesma portaria permite o credenciamento de ONGs, igrejas e entidades civis na divulgação, mobilização popular e promoção de eventos destinados à devolução de armas. Mas nenhuma delas poderá receber nem reter armas, prerrogativa da PF e órgãos de segurança. Até esta quarta-feira, haviam sido recolhidas mais de 4 mil armas em todos os Estados. O Rio Grande do Sul continuava liderando o ranking, com quase 500 unidades entregues. O governo federal está pagando uma indenização de R$100 a R$ 300 por unidade devolvida, conforme o calibre, de revólver a fuzil. Mas outras contribuições para o desarmamento estão sendo aceitas com garantia de anonimato para o autor. Na Paraíba, por exemplo, um morador entregou uma granada, de uso exclusivo das Forças Armadas. Outro levou nada menos que uma máquina de fabricação de munição. Como não se trata de arma de fogo, eles não receberam indenização, mas se disseram satisfeitos por terem colaborado com a campanha, segundo informou o diretor do Sistema Nacional de Armas da Polícia Federal (Sinarma), delegado Fernando Segóvia. Ele disse que, com a descentralização da coleta, a meta de recolher 80 mil armas até dezembro será alcançada muito antes do prazo. O Ministério da Justiça, que já aprovou o texto da portaria, vai pedir um reforço de caixa para completar os R$ 10 milhões colocados no orçamento para o programa. Segóvia considerou deplorável a ação, movida pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia (Adepol), para que as armas, em vez de destruídas, sejam doadas às instituições policiais para uso em serviço. "Além de tecnicamente inviável, essa idéia é absurda e não contribui para a redução da violência. Essas armas devem ser destruídas mesmo".

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