Arquiteta faz protesto individual, de carro

Moradora do ABC gasta mais, só que tempo de viagem cai pela metade

PUBLICIDADE

Por Elvis Pereira
Atualização:

A arquiteta Denise Sciorilli, de 29 anos, tornou público o motivo de estar com o automóvel na rua. "Eu pegava fretado, mas, graças ao Kassab (prefeito), agora vou de carro", trazia o cartaz, preparado por ela e afixado no vidro lateral do veículo. A ideia do protesto nasceu na semana passada, fruto de uma troca de e-mails entre passageiros de fretados. Denise "abraçou a causa". Daqui em diante, gastará R$ 67 a mais por mês. Moradora do Parque Jaçatuba, em Santo André, no ABC, a arquiteta utilizou o fretado por sete anos. Pagava R$ 258 por mês pela viagem até o escritório, na Avenida Angélica, no centro da capital. A distância é de 24 km. A viagem durava quase duas horas. "No fretado, o convívio era bem saudável, já comemorei até aniversário." A arquiteta eliminou a possibilidade de usar o novo modelo fretado. Ela desembolsaria mensalmente R$ 112,20 com bilhetes do metrô - parando na Estação Imigrantes -, elevando para R$ 312,20 o gasto total. "O problema do trem é a grande quantidade de gente. A gente não quer só chegar, queremos conforto." Denise optou pelo carro. Com isso, reduzirá o tempo de viagem pela metade, mas vai gastar mais dinheiro. A mensalidade do estacionamento ficou em R$ 150. Outros R$ 175 serão para o combustível. Em seu primeiro dia como ex-passageira, a arquiteta experimentou o desafio de desviar de buracos na Avenida do Estado, mudar de faixa e dividir o espaço com motos e caminhões. No viaduto sobre a Ligação Leste-Oeste, a arquiteta enfrentou o pior trecho de congestionamento. "Dá para ficar feliz com isso?", indagou, olhando para a fila. "A vontade é de voar."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.