Arrastão em estradas é prática comum em SP

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Por Agencia Estado
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O perigo em São Paulo está nas estradas. Por trás de uma simples pedra que fura um pneu e obriga o motorista a parar estão quadrilhas de assaltantes à espera da vítima, perto do acostamento. Elas atacam também nos congestionamentos corriqueiros dos fins de semana prolongados, principalmente na Baixada Santista. São verdadeiros arrastões que ocorrem no momento em que a polícia está paralisada, pois o tráfego também não lhe permite uma resposta rápida. Em pouco tempo, os bandidos deixam a estrada e se embrenham nas favelas do entorno ou na mata. Não há, no entanto, ações como as que ocorrem no Rio, onde os bandidos chegam a fechar vias para roubar. "Mesmo assim, das quatro denúnicas que recebemos no último fim de semana na Baixada, conseguimos deter em flagrante os responsáveis por dois dos casos. Eram todos adolescentes", afirmou o comandnate da Polícia Rodoviária Estadual, coronel Romeu Takami Mizutami. Segundo ele, a maior dificuldade enfrentada pela polícia é o fato de que, em 90% dos casos, as vítimas não prestam queixa. Assim, a polícia não sabe o que está ocorrendo ou a dimensão dos ataques. Plantão - Em alguns pontos mais perigosos, a Rodoviária mantém carros com policiais 24 horas por dia no local a fim de afugentar os criminosos. Esse foi o caso do km 27 da Rodovia dos Bandeirantes, que liga São Paulo ao interior do Estado, e do km 30 da Ayrton Senna, um dos trajetos da capital para o Vale do Paraíba. Os bandidos, nesses locais, atiraram pedras nos carros para forçá-los a parar no acostamento, onde aguardam suas vítimas para roubar malas, carteiras e telefones celulares. Após a criação do posto fixo da polícia, os roubos acabaram. Na Bandeirantes, o local escolhido pelos bandidos era cercado por morros, de onde eles atiraram as pedras e os caibros. Atrás dos morros, bairros pobres são cortados pela estrada. Situação semelhante era encontrada na Ayrton Senna. Ali nem mesmo quem passava de bicicleta era poupado pelos assaltantes. O que se temia, porém - a migração dos criminosos para outro ponto da estrada -, foi constatado no último fim de semana pelo comando da Polícia Rodoviária na Bandeirantes. Os criminosos fizeram uma vítima no km 32,5 da estrada, que é cercado, em vez de casas, por uma densa mata de pinheiros. Motos - Para enfrentar os ataques nos congestionamentos, a Polícia Rodoviária vai comprar 31 motocicletas até o fim do ano. Com elas, a intenção é aumentar a mobilidade dos policiais e surpreender os ladrões antes que eles desapareçam da Rodovia Padre Manuel da Nóbrega - o trecho entre o pedágio e a curva do S, no litoral sul paulista é o mais arriscado, segundo a Polícia Rodoviária. O coronel Takami tem sob seu comando 3.200 homens para patrulhar 24 mil quilômetros de estradas paulistas - as federais como as Rodovias Dutra, Régis Bittencourt e Fernão Dias, são de responsabilidade da Polícia Rodoviária Federal. Ele recomenda aos motoristas que planejem suas viagens para evitar paradas desnecessárias na estrada, como para pegar algo que está no porta-malas. Também aconselha que as pessoas evitem parar nos acostamententos a fim de falar no celular. Em caso de defeito mecânico, o conselho é fechar o carro e procurar um telefone de serviço que existe a cada quilômetro. "Os bandidos vão atacar onde o carro está parado. Roubam apenas as pessoas, não os veículos, pois, geralmente, precisam do dinheiro para comprar drogas. Se não encontram as vítimas, o assalto é frustrado", afirmou.

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