14 de julho de 2010 | 00h00
Na opinião de dois cientistas políticos ouvidos pelo Estado, o discurso das centrais tem como alvo o público interno. Faz parte da munição para os militantes sindicais que irão para as ruas, portas de fábrica, escritórios, nas próximas semanas - muitos deles profissionalizados e beneficiados pela política do governo Lula, já apontado como o governo que mais repassou recursos para organizações sindicais na história do Brasil.
Definir a causa da reação é mais difícil. Para Rudá Ricci, do Instituto Cultiva, existe o temor de que o manifesto faça parte de uma ação maior destinada a qualificar Serra como candidato das elites. Está viva na memória tucana o Geraldo Alckmin de 2006, que não conseguiu impedir que colassem nele o título de privatista. Esse tipo de jogo plebiscitário, esse de Fla-Flu eleitoral não interessa.
Para o professor Carlos Melo, do Instituto de Ensino e Pesquisa, os tucanos teriam percebido que se trata de uma contrapropaganda - uma reação ao programa que apresentou Serra como o pai do FAT. No fundo, o manifesto põe em dúvida a biografia do candidato. Se colar, provoca um estrago semelhante ao que Dilma Rousseff enfrentou e enfrenta até hoje por terem incluído em sua biografia um curso de pós-graduação que não concluiu.
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