Assaltante confessa que atirou em Toninho do PT

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Por Agencia Estado
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O assaltante Flávio Roberto Mendes Clara, de 19 anos, confessou nesta quarta-feira ser autor do disparo que matou o prefeito Antonio da Costa Santos, há exatamente um mês, na Avenida Mackenzie, perto da Rodovia Dom Pedro I. Ele disse que abordou o prefeito para roubar seu Palio. Toninho acelerou e Flávio efetuou dois disparos contra o carro, fugindo em seguida. O acusado afirmou desconhecer que se tratava do prefeito e disse que fugiu sem saber se algum dos tiros tinha atingido o motorista do Palio. Flávio e o menor ASC, de 17 anos, foram detidos na madrugada desta quarta-feira em Campinas, apontados como co-autores do crime pelo assaltante Anderson Rogério Davi, de 20 anos, preso na sexta-feira passada. Mendes Clara foi preso no estacionamento do shopping Iguatemi, a um quilômetro de onde o prefeito foi morto. A polícia encontrou ASC em sua casa, no Jardim Flamboyant. Segundo o investigador Fernando de Arruda Penteado, que participou da prisão dos três rapazes, foram encontrados no local 83 trouxinhas de maconha, um revólver calibre 38, várias peças de roupas novas e relógios. Um terceiro envolvido no crime, apontado pelos três detidos, ainda não foi localizado pela polícia. Os quatro ocupavam duas motocicletas roubadas e se dirigiram para a Avenida Mackenzie para assaltar um automóvel, de qualquer marca ou modelo. Disseram ter dado algumas voltas pela região até decidir abordar o motorista do Palio. De acordo com o delegado seccional Osmar Porcelli, Mendes Clara se desfez da arma depois de descobrir que a vítima era Toninho, no dia seguinte, pela imprensa. Mas a polícia acredita que irá encontrá-la. A arma e as motos roubadas representam provas técnicas para incriminar os assaltantes. Arruda comentou, no entanto, que há como comprovar a autoria do crime mesmo sem a pistola. O delegado não descartou a possibilidade de reconstituir o assalto e promover acareações entre os rapazes presos para confirmar o caso. "O crime está 95% resolvido", disse. Ele acrescentou que o depoimento dos três, apesar de algumas divergências, foram ricos em detalhes que contribuem para incriminá-los no caso. Os quatro envolvidos tinham prisão temporária já determinada pela Justiça desde sexta-feira. No caso do menor, a prisão foi convertida em mandado de apreensão. Mendes Clara e Davi estão no Centro de Detenção Provisória de Hortolândia, e ASC foi encaminhado para a Vara da Infância e da Juventude de Campinas. Arruda e os investigadores Elsio Sotelo e Renato Reis estavam na pista de Davi há dez dias, porque haviam recebido a informação de que ele teria participado do crime contra Toninho. O menor e os dois assaltantes tinham passagem pela Febem e pela polícia por receptação de carros, assaltos e tráfico de entorpecentes. Nenhum deles, porém, era fugitivo. Negaram ainda que integrassem uma quadrilha e garantiram que agiam isoladamente. Apesar da justificativa de assalto, Porcelli disse que o motivo do crime ainda está em investigação. Ele não descartou que a morte de Toninho tivesse sido encomendada. "A autoria do crime está clara, mas vamos continuar investigando as razões", afirmou. Os depoimentos dos três acusados foram acompanhados por promotores de Justiça, advogados e delegados. Mendes Clara e ASC assinaram a confissão. Davi não chegou a assinar, mas duas testemunharam assinaram confirmando-a. Os três souberam da morte do prefeito no dia seguinte, pela imprensa. Nenhum deles deixou Campinas, mas contaram que passaram a se esconder e mudar com freqüência de casa para evitar serem localizados.

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