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Assaltantes roubam 19 apartamentos em condomínio de luxo em Curitiba

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma quadrilha com cerca de 15 pessoas, armadas com metralhadoras, escopetas e fuzis, conseguiu assaltar 19 dos 23 apartamentos do edifício Palais Lac Léman, um dos mais luxuosos condomínios de Curitiba, no nobre bairro Mossunguê, região oeste da capital paranaense, na noite de terça-feira. Durante a ação da quadrilha, que demorou três horas, aproximadamente 60 moradores foram mantidos como reféns em uma sala, onde deveria ocorrer uma reunião do condomínio. Ninguém foi ferido. A polícia iniciou nesta quarta-feira os levantamentos sobre a operação e calcula-se que o prejuízo possa chegar a US$ 1 milhão, em razão do roubo de dólares, equipamentos eletrônicos e jóias. A ação começou por volta das 19h e se encerrou pouco antes das 22h. A polícia ainda não tem pistas dos assaltantes que fizeram uma das mais bem planejadas ações em Curitiba. Uma das informações passadas por testemunhas é que, com exceção de um dos assaltantes, os outros não usavam máscaras e tinham sotaque paulista. O mascarado tinha sotaque curitibano e era o mais nervoso. Mostrando conhecimento das peculiaridades do condomínio, os assaltantes decidiram entrar no momento da troca de turno dos porteiros da guarita, dizendo que traziam uma encomenda. Eles foram rendidos e não tiveram nem tempo de acionar o botão de emergência, que avisaria a empresa de vigilância responsável pelo monitoramento. O sistema de vídeo foi destruído e levado pelos assaltantes. Eles sabiam até que haveria reunião de condomínio e o nome de alguns dos moradores. Uma empresária que mora no edifício e não se identificou disse que, ao chegar, percebeu o elevador social parado no 16º andar. Quando foi entrar no elevador de serviço, cinco homens desceram, todos fortemente armados. Ela achou que era brincadeira, mas foi orientada a deixar no chão tudo o que tivesse. Eles a levaram para a sala escura, onde várias pessoas já estavam de cabeça baixa. Segundo a empresária, o marido foi acompanhado por assaltantes ao apartamento, onde a filha estudava, para avisar sobre o assalto e mostrar onde estava o cofre. "Fizeram pressão em cima dele, de cortar os dedos se não achassem o cofre", disse a empresária que já morou sete anos no Rio de Janeiro e quatro em São Paulo. "Nunca presenciei uma cena dessas", afirmou. Um irmão e uma cunhada dela, que os foram visitar, também ficaram detidos. Cada um dos moradores foi obrigado a dizer aos bandidos o número do apartamento e a localização do cofre. Depois subiam com eles para que fosse feito o saque. Antes de sair, eles avisaram que iriam telefonar para o celular de uma das moradoras do edifício liberando-os para deixar a sala, o que ocorreu 40 minutos depois. Para intimidar, disseram que havia uma bomba na porta da sala, que seria desativada à distância. Além de seis seguranças que estavam no momento do assalto, o edifício é cercado por altos muros e tinha circuito interno de televisão. Também na noite de terça-feira, por volta das 23h30, quatro homens armados roubaram um carro e cerca de R$ 50 mil em dinheiro e jóias do prédio Bateau Lavoir, na Avenida Visconde de Guarapuava, no Bairro Batel. Os criminosos fugiram e não há pistas deles. A polícia investiga se há ligação entre as duas ações.

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