Assinatura de mandado de prisão de contrabandista gera incidente

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Por Agencia Estado
Atualização:

A entrega de mais um mandado de prisão preventiva contra o contrabandista chinês Law Kin Chong gerou um incidente, sexta-feira à noite, dentro das instalações da Superintendência da Polícia Federal. Law recusava-se a ser fotografado pela imprensa e seu advogado, Aldo Bonametti, insuflou o cliente a resistir e não entrar no auditório, preparada pela PF para dar publicidade à assinatura do mandado. Bonametti e o delegado Ademir Dias Cardoso Júnior travaram um bate-boca durante dez minutos. Por fim, sob coação, Law entrou emburrado no auditório e assinou o documento, num cenário montado com as bandeiras do Brasil e da PF ao fundo. O advogado avisou: "Isso é abuso de poder. O senhor acaba de arrumar um problema muito sério. O meu cliente está à disposição da Justiça, não da imprensa". Nervoso diante da cena inesperada, Ademir limitou-se a dizer que estava cumprindo uma ordem judicial. Bonametti disse que iria processá-lo por abuso de poder. A nova ordem de prisão foi determinada pela juíza da 2a Vara Criminal Federal de São Paulo, Sílvia Maria Rocha, no processo que Law responde por contrabando, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Considerado o maior contrabandista de produtos eletrônicos do País, Law está preso desde junho por corrupção ativa. Ele foi preso em flagrante por tentativa de suborno ao deputado Luiz Antônio Medeiros (PP-SP), presidente da CPI da pirataria. Com a prisão temporária prestes a vencer ou ser revogada por algum habeas-corpus, Law tinha a expectativa de ser libertado antes do Natal.

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