
12 de agosto de 2011 | 10h28
SÃO PAULO - A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) divulgou nota na manhã desta sexta-feira, 12, manifestando solidariedade à família e amigos da juíza Patrícia Lourival Acioli, assassinada nesta madrugada, quando chegava em casa, em Niterói, no Rio. A Ajufe critica a falta de segurança que alguns magistrados encontram durante o exercício de suas funções.
Segundo a nota, a juíza, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi "mártir da magistratura no combate ao crime, foi assassinada brutal e covardemente a tiros (...)". Ela era um dos 12 nomes de uma "lista negra" de pessoas marcadas para morrer, encontrada com um suspeito de tráfico de drogas detido no Espírito Santo. A Ajufe afirma que Patrícia, era juíza criminal, "realizava exemplarmente o seu trabalho no combate ao narcotráfico em defesa da sociedade".
A associação afirma ainda que a juíza já tinha tido o seu carro metralhado anteriormente, já havia recebido uma série de ameaças e mesmo assim não tinha qualquer segurança à sua disposição. No ano passado, de acordo com a Ajufe, dezenas de juízes federais que julgam o narcotráfico internacional e o crime organizado também foram ameaçados em decorrência de suas atividades, estando potencialmente vulneráveis à violência todos os magistrados federais que exercem jurisdição criminal.
"Muitos juízes deixam a competência criminal com medo de serem mortos, pois o Estado não lhes dá a segurança necessária. Isso faz com que a sociedade fique a mercê, na mira desses meliantes. As polícias não possuem qualquer efetivo para dar segurança aos magistrados. O Poder Executivo e o Congresso Nacional nada fazem a respeito, além de virar as costas aos pleitos dos juízes que encontram-se com os seus direitos e prerrogativas cada vez mais vulneráveis", segundo a nota.
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