Associações de imprensa lamentam seqüestro de repórter

As entidades asseguram que o seqüestro não vai impedir os jornalistas de cumprirem sua função de informarem a sociedade

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Por Agencia Estado
Atualização:

O seqüestro do repórter Guilherme Portanova e do auxiliar técnico Alexandre Coelho Calado pelo PCC demonstra a impunidade que domina os criminosos que se voltam contra as instituições e os cidadãos brasileiros. Assim define nota divulgada pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), pela Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e pela Associação Brasileira de Empresas de Rádio e Televisão (Abert). "O ato covarde, com o objetivo de forçar um veículo de comunicação a divulgar manifesto de criminosos, é demonstração da ousadia e do sentimento de impunidade que domina aqueles que se voltam contra as instituições e os cidadãos." Para a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), a liberdade de imprensa está ameaçada pelo crime organizado em São Paulo. A associação "considera o seqüestro dos funcionários da Rede Globo e a chantagem que obrigou a TV a exibir um vídeo feito por criminosos indicadores intoleráveis de que os governos de São Paulo e o federal já não garantem condições mínimas para o exercício irrestrito da liberdade de imprensa no País", informa nota divulgada neste domingo, 13, e assinada pelo presidente e vice-presidente da organização, Marcelo Beraba e José Roberto de Toledo. Menos incisivo, o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, José Augusto Camargo, afirma que é cedo para dizer que profissionais de imprensa estão ameaçados. "Não se pode afirmar que todo profissional de comunicação passe a ser vítima do grupo. Eles atacam a imagem da informação, destroem o direito à informação. Assim como atacaram a instituição do transporte público quando queimaram ônibus." Vídeo O vídeo produzido pelo PCC, que foi veiculado pela TV Globo no início da madrugada deste domingo, 13, como exigência para libertação do repórter Guilherme Portanova, seqüestrado na manhã de sábado, 12, foi enviado também ao SBT e ao jornal Folha de S.Paulo, na última quarta-feira. Entretanto, o material não continha pedido para veiculação. O chefe de Redação do SBT, Marcos Cripa, contou que o DVD foi jogado próximo do saguão da emissora, no Km 19 da Rodovia Anhangüera. "Não divulgamos porque era preciso verificar se era verdadeiro e qual a origem", explicou. O material foi encaminhado ao Ministério Público para análise. Já a Folha deu tratamento diferenciado à gravação. Na edição de quinta-feira (página C-5 do caderno Cotidiano), em pé de matéria é citado o recebimento do DVD. Descreve que as imagens gravadas mostram armamento pesado utilizado pela facção.

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