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Ataques atingem bancos, supermercados e lojas de carros

Além de agências bancárias, supermercados, uma base do Poupatempo e até uma concessionária e uma revendedora de veículos sofreram ataques

Por Agencia Estado
Atualização:

Dois meses depois dos ataques que paralisaram São Paulo, alvos comerciais voltaram a ser atacados no Estado durante esta quarta-feira. Além de 14 agências bancárias, dois supermercados, uma base do Poupatempo e seis revendedoras de veículos foram atacadas, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Além disso, uma loja, três imóveis públicos e um sindicato também foram atacados. Na capital, os ataques, iniciados na madrugada de quarta-feira, atingiram uma agência do Banco Itaú, na altura do nº 6.400 da Avenida Santo Amaro, zona sul da capital, e outra, do Bradesco, localizada na Rua Tabatinguera, na Sé, no centro. Ambas foram alvos também de incendiários. Um suspeito, que portava material usado na fabricação de coquetéis molotov, foi detido minutos depois pela Polícia Militar na Rua Teixeira Leite, também região da Sé. Uma agência bancária do Itaú, na altura do nº 2.966 da Rua da Mooca, e uma loja de carros, na altura do nº 418 da Rua Tobias Barreto, na região da Mooca, também foram parcialmente destruídas por coquetéis molotov. Uma agência do Banco do Brasil e outra do Bradesco localizadas na Avenida Rio Pequeno foram os alvos de ataques por volta das 20h30, na capital paulista. Os bandidos jogaram uma bomba em cada lugar, de acordo com a informação divulgada pela Assessoria de Imprensa da Secretaria de Segurança Pública. Não houve feridos e ninguém foi preso pela polícia. Bancos no Grande ABC Em Mauá, na região do Grande ABC paulista, uma agência do Banco Itaú localizada na Avenida Presidente Castelo Branco, na altura do nº 2.368, foi atacada por volta das 3 horas da madrugada. Segundo a polícia, vidros foram quebrados e houve um princípio de incêndio. Ninguém ficou ferido. Outra agência do Itaú, na Vila Gilda, em Santo André, também foi atacada. O vigilante da agência comunicou o fato à Polícia Militar quando chegou ao trabalho, por volta das 8h30. Ele notou que vários vidros do imóvel estavam quebrados. Também não houve registro de feridos. Bancos no interior Dois homens ocupantes de uma motocicleta atiraram contra a agência do Banco do Brasil, localizada na avenida Francisco de Paula Leite, no centro da cidade de Indaiatuba. Ninguém saiu ferido. Houve um princípio de pânico entre os populares nas imediações da área central da cidade; pessoas saíram correndo assustadas com o barulho dos disparos. Cerca de 10 tiros atingiram paredes e estilhaçaram os vidros do banco. Segundo testemunhas, a motocicleta chegou em baixa velocidade. Depois um dos ocupantes, retirou uma arma de dentro da blusa e começou a atirar. A Polícia Militar, a Civil e a Guarda Municipal montaram barreiras pela cidade. Em Taubaté, uma agência da Caixa Econômica Federal do centro da cidade foi metralhada. Segundo vizinhos do banco, quatro homens armados com metralhadoras deram 25 tiros contra as portas de vidro, caixas eletrônicos e paredes da agência. As cápsulas foram recolhidas pela polícia e apesar dos estragos o banco funcionou normalmente nesta quarta. Bancos na Baixada Santista Duas agências bancárias, uma localizada na Rua 7 de Setembro, no bairro do Macuco, em Santos, e outra situada na Avenida Antonio Emmerich, em São Vicente, foram atingidas por coquetel molotov, durante a madrugada e a manhã de hoje, mas ninguém ficou ferido. Comércio A fachada de uma loja do Pão de Açúcar, na Rua Maria Antonia, região da Consolação, centro da capital, foi atingida, por volta das 2h15 desta madrugada, por vários tiros disparados por dois homens que teriam fugido a pé. Incendiários também atacaram, por volta das 2h30, o galpão de uma loja do supermercado Comprebem, cuja loja fica na Rua Condessa de São Joaquim esquina com rua dos Bororós, região da Bela Vista, também no centro da cidade. Nos vidros de ambos os supermercados os criminosos fixaram cartazes nos quais foram escritos: "Contra a opressão carcerária". Na cidade de Santa Isabel, uma concessionária de veículos foi atacada nesta madrugada. A loja ficou destruída após o ataque, que deixou queimados 18 carros e 7 motos queimados. Nas ruas da cidade, o clima era de medo, com pessoas chorando, chocadas com a violência. Uma revendedora de carros foi atacada por volta das 7 horas desta quarta-feira em São Caetano do Sul, no Grande ABC. Segundo informações da Polícia Militar, não houve vítimas pois a loja, localizada na rua Coronel Camisão, no bairro Oswaldo Cruz, ainda estava fechada. Dois veículos foram incendiados. Outras duas revendedoras de veículos, uma no Guarujá e outra em São Vicente, também sofreram danos. O proprietário da loja de São Vicente calcula em R$ 50 mil os prejuízos, já que quatro carros foram inteiramente destruídos e outros quatro parcialmente queimados. Interior Em Ribeirão Preto, as polícias Civil e Militar reforçaram a segurança nas delegacias, distritos e também nas ruas, para proteger a população. Nenhuma ação possivelmente ligada a facções criminosas foi registrada na cidade. Em Taquaritinga, duas bombas de fabricação caseira foram lançadas contra o prédio da Justiça do Trabalho pela manhã. Mas não houve estragos nem feridos. A polícia investiga o caso. Reforço na segurança Os ataques a agências bancárias e supermercados durante a noite de terça-feira e a madrugada desta quarta, provocaram reações durante todo o dia e forçaram as empresas a adotarem medidas, como reforço de segurança e até o encaminhamento de clientes a outras agências, no caso do Itaú. O Itaú, em nota oficial, informou que teve duas agências fortemente atingidas, uma localizada na Mooca e outra em Mauá, enquanto uma terceira, na Rua Teodoro Sampaio, foi parcialmente atacada e funcionou normalmente nesta quarta. O Itaú informou que tomou medidas para a rápida reabertura das agências de Mauá e da Mooca. Em nota, o banco disse confiar nas autoridades para imediata volta à normalidade. Funcionários informaram, porém, que a segurança nas áreas atingidas foi reforçada. O Bradesco e o Santander Banespa também tiveram agências atingidas por ataques, mas as duas instituições se manifestaram por meio de nota oficial da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) que demonstrou "indignação em relação aos ataques contra agências bancárias realizados na última madrugada." A entidade, prossegue a nota, "reitera sua confiança em que o Estado brasileiro, nas suas várias instâncias, dispõe dos meios apropriados para garantir a ordem pública e a segurança da população". O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região também divulgou nota manifestando repúdio e indignação. O Sindicato dos Bancários enviou nota à Febraban "exigindo que as agências onde não houver condições de segurança para bancários e clientes permaneçam fechadas". O Grupo Pão de Açúcar, com duas lojas atingidas pela violência, não quis se pronunciar. Por volta das 2h15 desta madrugada a fachada de uma loja Pão de Açúcar, na rua Maria Antônia, na região da Consolação foi alvo de vários tiros disparados por dois homens que teriam fugido a pé, de acordo com informações policiais. Incendiários também atacaram, por volta das 2h30, o galpão de uma loja do supermercado Comprebem, que faz parte do Grupo Pão de Açúcar. Nos vidros de ambos os supermercados os criminosos fixaram cartazes com os dizeres "Contra a opressão carcerária." Nenhum dos pontos-de-venda atingidos funcionam no esquema 24 horas. Pela manhã os vidros das lojas atingidas foram reparados e elas abriram normalmente. Para evitar problemas, duas outras grandes redes de supermercados, concorrentes do Pão de Açúcar, aumentaram as medidas de segurança. O Wal Mart ,com 21 pontos de venda apenas no Estado de São Paulo, desde o primeiro ataque atribuído ao PCC, em maio, redobrou a atenção no movimento em suas lojas e aumentou as equipes de segurança não só na capital, mas em municípios onde há grandes presídios, como na região de Bauru. O Carrefour manteve a rotina normal, mas a segurança externa da loja redobrou a atenção. Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, a escalada da violência é um absurdo. "Não há tranqüilidade para produzir, estudar e viver". Ele observa que a sociedade brasileira já sofre a pena de ter a maior carga tributária do planeta e deveria ter estes recursos também investidos em segurança. "Mas o que de fato acontece é que além dos impostos nos vemos obrigados a gastar pessoalmente com segurança. A sociedade não suporta mais este estado de coisas. É preciso que as autoridades ao lado das quais estamos possam combater de maneira efetiva a criminalidade." Por Ricardo Valota, Carina Flosi, Rose Mary de Souza, Solange Spigliatti, Paulo R. Zulino, Fabiana Marchezi e Daniel Akstein Batista Corrigida em 13 de julho para retirada da informação de que uma base do Poupatempo foi atacada em Jaçanã. Segundo o órgão, não há unidades naquele bairro

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