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Atirador de Illinois havia parado de tomar remédio, diz polícia

Por JAMES KELLEHER
Atualização:

O homem que matou cinco alunos e em seguida cometeu suicídio na quinta-feira numa faculdade de Illinois havia deixado de tomar medicamentos e assumiu um comportamento errático nas últimas semanas, disseram autoridades na sexta-feira. Stephen Kazmierczak, 27, ex-aluno da Universidade do Norte de Illinois, comprara duas armas há seis dias e entrou com uma espingarda, escondida numa caixa de guitarra, num auditório onde cometeu o massacre, segundo a polícia. Não se sabe ainda o que o motivou ou se ele conhecia alguma das vítimas atingidas pelos mais de 50 disparos que ele realizou em questão de segundos. As autoridades locais corrigiram o número de mortos (cinco, em vez dos seis inicialmente divulgados) e informaram que 21 pessoas chegaram a ser baleadas antes que Kazmierczak disparasse contra si próprio com uma das quatro armas que portava. "Aparentemente ele estava tomando uma medicação", disse Don Grady, chefe de polícia do campus, sem descrever a que tipo de remédio se referia. Mas contou que o atirador provavelmente parou de tomá-los e ficou "algo errático" nas últimas duas semanas. "Não houve bandeiras vermelhas [de alerta]. Ele era um estudante excepcional, um estudante premiado", que chegava a ser "reverenciado" por colegas e professores e em geral era "uma pessoa bastante normal, não-perturbada". Grady disse que atualmente Kazmierczak estava matriculado na Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, na parte central do Estado, bastante distante do Universidade do Norte, que tem 25 mil alunos e fica cerca de cem quilômetros a oeste de Chicago. Um agente federal disse que Kazmierczak comprou uma espingarda há nove dias em Champaign, aparentemente de forma legal. O Chicago Tribune disse que ele já havia chamado a atenção no meio acadêmico quando participou da redação de estudos sobre ferimentos auto-infligidos em prisões e sobre o papel da religião nos primórdios do sistema penitenciário dos EUA, o que lhe valeu um prêmio da reitoria. John Peters, diretor da escola, confirmou que ele era "um ótimo estudante, do qual os professores pensavam bem" e que nunca procurou aconselhamento psicológico. Acrescentou que o motivo da violência não está explicado. "Não há nota ou ameaça da qual saibamos." Três dos alunos mortos tinham 20 anos, um tinha 19 e o quinto tinha 32. Aterrorizados, os alunos fugiram do auditório antes que Kazmierczak se matasse sobre o palco. Os EUA vêm registrando um número excepcional de tiroteios em universidades nos últimos meses. O pior desses incidentes na história moderna norte-americana aconteceu em abril de 2007, na universidade Virginia Tech, na localidade de Blacksburg, quando um aluno de origem asiática matou 32 pessoas e cometeu suicídio. (Reportagem de Michael Conlon)

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