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Atirador mata mulher; mandante está cercado há 12 horas

Duas pessoas ficaram feridas; polícia tenta vencer suspeito pelo cansaço no RS

Por Agencia Estado
Atualização:

Um homem desconhecido atirou contra três pessoas que estavam em uma parada de ônibus e matou a jovem Jaqueline da Costa Subtil, 19 anos, em Viamão, região metropolitana de Porto Alegre, por volta das 8h da manhã terça-feira, quando ela esperava a condução para ir ao trabalho. Perseguido, um suposto mandante refugiou-se numa igreja, e mantém-se e sob a mira dos policiais há mais de 12 horas. Márcio Aurélio Gunia, 35 anos, e Nair Magedanz, 31 anos, ficaram feridos sem gravidade. O ataque chocou a comunidade da Vila Elza, na periferia do município gaúcho de 250 mil habitantes. As primeiras investigações indicam para um crime premeditado, motivado por frustrações amorosas. O motorista do carro de onde o atirador desceu e para onde voltou logo depois de disparar, para fugir, teria sido o mandante. Reconhecido por testemunhas, ele foi identificado como José Erni Nunes da Silva, 36 anos, zelador de um templo pentecostal em Vila Formosa, no território de Alvorada, município vizinho de Viamão, que também era freqüentado por Jaqueline. Ao perceber a perseguição policial, ele se refugiou dentro da igreja e ameaçou se suicidar com o revólver que portava. A Brigada Militar cercou e isolou o local. O impasse começou às 8 horas e não estava resolvido até às 20 horas. Um grupo de seis policiais do Grupo de Operações Táticas Especiais (Gate) chegou a entrar no templo, mas estava enfrentando dificuldades para demover o zelador. Versões para o crime Durante o dia surgiram diferentes versões para o crime. Inicialmente, o próprio Silva foi apontado como o autor dos disparos. Mas, segundo o delegado Carlos Miguel Xavier, o depoimento de Gunia e de Nair indicou que o zelador dirigia o Suzuki de onde desceu o homem baixo, magro, branco, aparentando 30 anos, que inicialmente disparou nos pés das três pessoas que estavam na parada de ônibus e depois nas costas de Jaqueline, quando ela tentava correr. O atirador ainda não foi identificado e seu paradeiro é desconhecido. Segundo vizinhos e familiares, Silva assediava Jaqueline havia um ano e estava frustrado com as negativas dela, que, inclusive, estava se programado para ir denunciá-lo à polícia nos próximos dias. Os investigadores descobriram que o zelador guardava recortes de jornais com notícias de crimes passionais e tinha o porte de três armas. Moradores da Vila Elza descreveram Jaqueline como uma jovem trabalhadora, que havia conseguido comprar um computador e um guarda-roupas novo. Como já havia sido assaltada, a jovem só ia à parada do ônibus acompanhada de vizinhos, como Gunia e Nair. No início da noite, a família aguardava a liberação do corpo pelo Departamento Médico Legal para iniciar o velório, enquanto os policiais militares tentavam levar Silva ao cansaço, até terem condições de fazê-lo desistir do suicídio e talvez esclarecer a história.

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