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Ato inter-religioso lembra um mês da morte de d. Paulo

Representantes de dez religiões cristãs e de outros credos participaram na tarde deste domingo, 22 na catedral da Sé, de um cerimônia em memória do cardeal morto em 14 de dezembro

Por José Maria Mayrink
Atualização:
Ato inter-religioso na catedral da Séem memório do cardeal d. Paulo Evaristo Arns presidido pelo cardeal d. Odilo Scherer e com a presença de representantes de outras religiões Foto: Sergio Castro / Estadão

SÃO PAULO - Representantes de dez religiões cristãs e de outros credos participaram na tarde deste domingo, 22, na catedral da Sé, de ato inter-religioso em memória do cardeal d. Paulo Evaristo Arns, morto no dia 14 de dezembro, aos 95 anos de idade.

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A convite do cardeal-arcebispo d. Odilo Scherer, todos falaram sobre a vida e atuação de d.Paulo, de 1970 a 1998, período em que dirigiu a Arquidiocese de São Paulo.

O primeiro testemunho foi de d. Odilo, que lembrou seus contatos pessoais com o homenageado, desde quando era seminarista nos anos 1970. “D. Paulo agregou forças, unindo quem acreditava (em Deus) e os que não acreditavam, aberto ao diálogo entre as comunidades religiosas cristãs e não cristãs”, disse o cardeal. Os oradores seguintes, todos falando por apenas cinco minutos, salientaram o bom entendimento que d. Paulo tinha com outras igrejas.

O rabino Michel Schlesinger, da Congregação Israelita Paulista, afirmou que a luta de d. Paulo em favor dos excluídos deve encorajar a todos a ajudar hoje aos refugiados que fogem do Oriente Médio e da África, fugindo de perseguições. O pastor Marcelo Leandro Garcia de Castro, da Igreja Presbiteriana Unida, lembrou o ato inter-religioso que d. Paulo presidiu, em 1975, na catedral, ao lado do rabino Henry Sobel e do pastor Jaime Wright, por ocasião do assassinato do jornalista Vladimir Herzog.

No mesmo tom, o bispo anglicano Flávio Irala, padre Gregório Teodoro, da Igreja Ortodoxa Antioquina, e o reverendo José Carlos de Souza, da Igreja Metodista, exaltaram a coragem demonstrada por d. Paulo ao denunciar a violência, as prisões e torturas durante a ditadura militar. Mãe Carmem de Oxum, da Tradição das Religiões de Matriz Africana e o monge Ryozan, da Tradição Budista ZEN, também lembraram a capacidade de diálogo de d. Paulo com religiões não-cristãs.

O advogado Belisário dos Santos, membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, reforçou os testemunhos sobre a luta de d. Paulo contra a violência e seu comprometimento com as causas dos pobres e excluídos. Um coro infantil da Legião da Boa Vontade, com meninos e meninas vestidos com túnicas azuis, entrou em procissão e cantou ao pé do altar. Os corais da catedral da Sé e da USP participaram da cerimônia.

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