Ato público no ABC reúne petistas e adversários

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os principais de líderes do PT e partidos aliados, e até adversários políticos como Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, se manifestaram contra a impunidade e a violência no ato ecumênico realizado em Santo André, em homenagem ao prefeito da cidade, o petista Celso Daniel, assassinado por seqüestradores. Com fitas brancas no ombro e balões de gás da mesma cor, a multidão presente ao Paço Municipal pedia a todo tempo "justiça e paz". Em um dos pontos altos do evento, crianças exibiram uma enorme bandeira branca, simbolizando a paz. O religioso Frei Beto fez um dos pronunciamentos mais contundentes do ato. "Temos raiva da polícia que sustentamos com nossos impostos, temos raiva da impunidade e da injustiça; queremos agora que nossa paz se transforme em justa indignação para combater este estado de coisas". O representante da comunidade mulcumana, Moumtez Hachem el Orra, diretor da juventude islâmica, afirmou em seu discurso que havia um medo generalizado, entre os covardes e agressores, das mudanças no País. "Será que isso tudo (referindo-se ao crime) é medo de perder a eleição presidencial (em referência da candidatura de Lula à Presidência da República)?", indagou. Muito emocionados, Lula e a mulher Marisa choraram durante boa parte do ato ecumênico. O presidente nacional do PT, José Dirceu, a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, e o vice-prefeito de Santo André, João Avamileno, assistiram a toda a cerimônia em silêncio. Exaltado, Avamileno, que deverá assumir o cargo de prefeito, disse que está disposto a pagar o preço que for necessário para obter a paz no município. "Se for preciso ir à guerra para conseguir a paz, não tenho dúvidas que nós iremos", disse. Roseane Garcia, ex-mulher do prefeito de Campinas, Toninho, assassinato há quatro meses sob circunstâncias semelhantes, classificou a situação de "uma guerra não declarada, na qual é impossível identificar o inimigo". "Eu acredito em coincidências, mas considero que a morte de dois prefeitos do PT de cidades importantes é um sinal de que a coisa pode ter uma motivação de caráter política, que não deve ser desprezada". O prefeito de Guarulhos, Elói Pietá (PT), afirmou que, como representante de uma cidade de porte semelhante a Campinas e Santo André, não pode deixar de ficar preocupado com sua segurança. "Estamos assustados, sem dúvida, com essa situação, mas consideramos que o importante é mudar a política de segurança pública do Estado. Quando deputado estadual fiz muitas propostas que visavam uma maior integração entre polícia militar, polícia civil com o apoio, inclusive, das guardas municipais, para combater o crime", declarou.

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