Autores do crime não participarão da reconstituição, diz advogado

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Por Agencia Estado
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A polícia quer tirar dúvidas sobre a participação de Suzane Louise von Richthofen, de 18 anos, no assassinato de seus pais, Manfred Albert e Marísia von Richthofen, na reconstituição do crime, que deve ser realizada nesta quarta-feira. Mas o namorado dela, Daniel Cravinhos de Paula e Silva, de 21, e o irmão dele Christian, de 26, que também confessaram o crime, não vão participar da reconstituição. A informação de que os assassinos não vão colaborar foi dada nesta segunda-feira pelo advogado Eduardo Cesar Leite, contratado pela família para defendê-los. A lei diz que ninguém é obrigado a fazer prova contra si mesmo. ?Vamos verificar as condições em que eles foram interrogados, se uma pessoa pode suportar um interrogatório de 11 horas.? Dúvidas Para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a reconstituição é importante para esclarecer se Suzane permaneceu mesmo no carro enquanto Daniel e Christian matavam seus pais ? que dormiam ? com golpes de barras de ferro na cabeça. A dúvida principal é se Suzane ajudou o namorado e o irmão dele a pegar as jóias da família e o revólver de Manfred que ficavam escondidos num fundo falso de um móvel do quarto. Os assassinos montaram um cenário para confundir a polícia. ?Precisamos esclarecer essa questão?, disse a delegada Cintia Tucunduva Gomes, titular da equipe C-Sul. Para a polícia, apesar da fortuna de R$ 1 milhão que receberia como herança, Suzane planejou a morte dos pais com o namorado ?por amor?. Churrasco Manfred e Marísia proibiam o namoro dos dois. Entre os depoimentos colhidos, um deles informa que Manfred, nas diversas discussões que teve com a filha, chegou a agredi-la uma vez. O DHPP continua tentando recuperar todo o dinheiro que foi levado da casa, em torno de R$ 8 mil e US$ 5 mil. Parte foi gasta pelos acusados, inclusive num churrasco no aniversário de Suzane, três dias após o crime, no sítio dela em São Roque. Ainda nesta segunda-feira, o DHPP ouviu C., de 16 anos, namorada de Christian. Ela afirmou que o namorado contou a ela sobre o assassinato no dia seguinte do crime, mas foi intimada por ele a manter segredo. As jóias foram jogadas nos fundos da chácara da garota, em Mairiporã, sem que a família dela soubesse. O DHPP recuperou as jóias, que serão reconhecidas por Miguel Abdalla, tio de Suzane, que está com a guarda do irmão dela, Andreas, de 15 anos. Laudo Nesta terça-feira a polícia deve receber o laudo do Instituto de Criminalística (IC) sobre o local do crime. Os peritos concluíram que o casal foi morto por um objeto que tinha base retangular. Havia ainda fragmentos de tinta preta e partículas metálicas deixados pelo objeto na cama. O objetivo da análise era descobrir como seria o objeto. Mariana Bataglia, diretora-geral do Colégio Porto Seguro, disse que Suzane e Andreas não estudaram no colégio, como chegou a ser divulgado. » Quinta, 31/10: Casal é assassinado no Campo Belo » Para vizinhos, casal era "simpático e reservado" » Sexta, 1/11: Policiais investigam namorado e filha do casal » Segunda, 4/11: Filha do casal depõe pela segunda vez » Terça, 5/11: Polícia volta à mansão do casal assassinado » Quarta, 6/11: Para Polícia, casal foi assassinado por vingança » Quinta, 7/11: Preso o irmão do namorado da filha » Sexta, 8/11: Pedida prisão de suspeito de matar o casal » A Polícia conclui: Suzane, a filha, tramou o assassinato » Assassinos do casal têm prisão provisória decretada » Polícia encontra material furtado da mansão do casal » Suzane era meiga e quieta, dizem colegas » Richthofen era homem-chave do Rodoanel » Matam os pais e não mostram remorso » Especialistas acreditam em "distúrbio mental" » Casal queria mandar a filha para a Alemanha » Sábado, 9/11: "Cheguei a pensar em desistir, mas já não tinha volta", disse Suzane » Pena de assassinos do casal pode chegar a 50 anos

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