Autoridades já estão com caixa preta de avião que caiu

Relatório que poderá determinar razões do acidente deve sair em 30 dias

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Por Agencia Estado
Atualização:

As equipes de resgate que trabalharam na remoção dos corpos dos 17 passageiros e dois tripulantes que morreram após a queda da vôo 6865 da Team Linha Aéreas terminaram as operações de transporte dos mortos no início da tarde deste sábado. Os corpos estão agora sob a responsabilidade do Instituto Medico Legal (IML) do Rio de Janeiro. Cerca de 120 homens, entre bombeiros e membros da Defesa Civil, participaram da operação. Além do remoção dos corpos, as equipes recuperaram as duas caixas pretas da aeronave. Os equipamentos contém os últimos minutos de conversa entre o pilo, o co-piloto e a torre de comando, além das últimas informações registradas pelos instrumentos de navegação da aeronave. Os dados devem ser analisados em 30 dias, o que deve ajudar a determinar as causas do acidente. O avião, um turboélice de procedência tcheca, fazia a rota Macaé-Rio de Janeiro. A aeronave desapareceu dos radares do Departamento de Aviação Civil às 17h40 de sexta-feira, 20 minutos depois de decolar. Na madrugada de sexta-feira, bombeiros encontraram os destroços do avião na mata do Pico da Serra Bonita, em Boa Esperança, distrito de Rio Bonito, na Região Metropolitana da capital fluminense. Os 17 passageiros e dois tripulantes morreram carbonizados no momento da explosão. O secretário de Estado de Defesa Civil, coronel Carlos Alberto de Carvalho, informou que chovia no momento em que o avião se chocou contra a montanha e havia forte neblina na região. "A suposição é de que ele estivesse tentando seguir para o litoral para fazer um vôo visual, em vez de passar por cima da tempestade", informou. Equipes de três quartéis do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil passaram a noite e a madrugada fazendo buscas pela mata. Guiados por dois moradores da região, eles tiveram de percorrer uma trilha por cerca de 4 horas até chegar ao local do acidente. Os 19 corpos foram localizados, mas a identificação das vítimas vai ser difícil. "Os corpos estão muito carbonizados, mutilados, destroçados. Seis estão em condições razoáveis, e se as arcadas dentárias estiverem inteiras o reconhecimento será mais fácil. Os demais só poderão ser identificados após exames de DNA", informou o diretor do Instituto Médico Legal, Roger Ancillotti. Os corpos das vítimas tiveram de ser içados a fim de que fossem transportados de helicóptero até a área de resgate, onde rabecões aguardavam para fazer o traslado do corpo para o Rio de Janeiro. Dois helicópteros da Defesa Civil e um da Força Aérea Brasileira foram usados no trabalho. No vôo de ontem, viajavam quatro passageiros da Petrobrás, cinco da construtora Hochtief do Brasil, responsável por uma obra no Parque de Tubos da estatal em Macaé, e um da Accenture, empresa de consultoria que também trabalha para a Petrobrás. Não foi possível identificar as empresas em que trabalhavam as demais vítimas. A aeronave A aeronave fazia um dos dez vôos diários que a empresa Team tem nessa rota. Segundo o diretor da empresa, David Faria, a companhia atua nesta área há quatro anos e meio, "atendendo ao negócio do petróleo". A aeronave havia passado por uma revisão e uma inspeção do Departamento de Aviação Comercial (DAC) em janeiro e nunca havia tido qualquer problema. "Sequer uma emergência em quatro anos e meio de vôo", afirmou Faria. A Team foi fundada há cinco anos e tem mais dois aviões iguais ao que caiu ontem, voando entre Rio, São José dos Campos, Campos (no Estado do Rio), Vitória, Angra dos Reis, Búzios e Macaé. Segundo um funcionário, o piloto do avião que caiu, Michael Peter, era especialista em segurança de vôo e gostava de sobrevoar o Rio mostrando os pontos turísticos aos passageiros quando o tempo estava bom.

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