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Avança processo de beatificação de Irmã Dulce

Por Agencia Estado
Atualização:

A Congregação para a Causa dos Santos da Santa Fé, do Vaticano, reconheceu a validade jurídica da documentação elaborada pela Diocese de Salvador, que reivindica a beatificação da freira baiana Irmã Dulce. Com isso, foi superada mais uma etapa do processo, iniciado pelo cardeal-arcebispo de Salvador Dom Geraldo Majella Agnelo, em janeiro de 2000. A informação foi divulgada, nesta sexta-feira, pela Fundação Obras Sociais Irmã Dulce, que mantém o hospital criado pela religiosa. O reconhecimento abre uma nova etapa do processo que vai elevar Irmã Dulce a "Venerável", grau no Direito Canônico que antecede ao de "Beato" e de "Santo". ?Positio? Em 2000, o papa João Paulo II concedeu o título de "Serva de Deus" à freira, cujo postulador, (espécie de advogado dos candidatos a santo), o frei italiano Paolo Lombardo, é um veterano nesse tipo de processo e já conseguiu a santificação de vários religiosos de todo o mundo. A partir de agora, a Causa dos Santos vai elaborar o "positio", texto dividido em duas partes: uma com o relato biográfico e das virtudes da candidata, e outra, um resumo dos testemunhos, depoimentos e documentos coletados pelo processo que atestam as ações virtuosas e graças alcançadas pelos devotos de Irmã Dulce. O "positio" servirá de base para o Tribunal da Congregação analisar o merecimento da elevação à condição de "Venerável". Pré-requisitos do milagre Após essa etapa, para que Irmã Dulce seja reconhecida "Beata" é preciso que a ela seja atribuído um milagre, confirmado através de quatro requisitos definidos pelo Vaticano: instantaneidade, que assegura que a graça foi alcançada logo após o apelo; a perfeição, que garante o atendimento completo do pedido; a durabilidade do benefício, sem que o problema solucionado volte a ocorrer; e o caráter preternatural da graça, ou seja, não explicado pela ciência. Esse milagre está sendo buscado pela Comissão Histórica do Processo, que funciona em Salvador e é presidida pelo museólogo Osvaldo Gouveia. Relatos Ele contou que, entre os milhares de relatos enviados pelos fiéis à comissão, cinco estão sendo analisados em detalhe por uma junta médica. "Estamos estudando se uma dessas graças se encaixa nos pontos definidos pela Santa Fé, para podermos enviar a documentação para a Causa dos Santos", disse. Gouveia informou que a comissão já recolheu mais de três mil casos enviados por pessoas de todo o Brasil. "Ainda recebemos uma média de vinte relatos por semana, e os que chamam mais a nossa atenção são estudados em detalhe". Mesmo que o Vaticano não aceite o milagre que será enviado pela comissão baiana, o processo de Irmã Dulce não será encerrado. "A Causa dos Santos esperará que nós enviemos quantos milagres conseguirmos levantar", contou. Irmã Dulce ficou conhecida internacionalmente pelo trabalho de ajuda a pessoas carentes da Bahia. Ela fundou o Hospital Santo Antonio, há 60 anos, com a diretriz de nunca rejeitar um paciente. Atualmente, o hospital atende anualmente mais de um milhão de pessoas.

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