Avião da Air France viajava a velocidade incorreta, diz Le Monde

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Por Redação
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O avião da Air France que caiu nesta semana na rota Rio-Paris viajava a um velocidade incorreta antes do acidente, disse o jornal francês Le Monde nesta quinta-feira, citando fontes próximas à investigação. O jornal disse que a empresa Airbus, fabricante do avião, deveria emitir uma recomendação sobre as velocidades ideais do modelo A330 durante condições meteorológicas adversas. A Airbus não quis comentar a reportagem, e funcionários do órgão francês de segurança aérea que deveria validar tais recomendações não foram localizados. O avião da Air France caiu na noite de domingo, possivelmente ao norte do arquipélago brasileiro de São Pedro e São Paulo, cerca de quatro horas depois de decolar do Rio com 228 pessoas a bordo. O Airbus não enviou pedidos de socorro antes do acidente, apenas mensagens automáticas indicando pane elétrica e descompressão, pouco antes de entrar numa zona de tempestade. Segundo relato do jornal espanhol El Mundo, um piloto disse ter visto um clarão sobre o Atlântico na mesma hora em que o voo AF 447 da Air France sumiu. "De repente, vimos à distância um brilho forte, intenso, de luz branca, que assumiu uma trajetória para baixo, vertical, e desapareceu em seis segundos," teria dito à sua empresa, a Air Comet, o piloto que fazia a rota Lima-Madri. "Não ouvimos qualquer comunicação em qualquer frequência de emergência ou ar-ar, antes ou depois desse fato," acrescentou o piloto. A Air Comet não se manifestou sobre o relato. Não está claro se só a velocidade incorreta poderia provocar o colapso dos sistemas de navegação aérea, mas eventuais recomendações da Airbus sobre o A330 devem alimentar especulações sobre o acidente. Equipes brasileiras que sobrevoam a área encontraram destroços e manchas de óleo espalhados no mar, a cerca de 1.100 quilômetros da costa do Nordeste. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que a mancha de óleo indica que provavelmente não houve explosão, o que afasta a hipótese de um atentado. Um porta-voz militar francês disse, no entanto, que nenhuma hipótese está descartada. Especialistas questionam se a forte turbulência ou a descompressão durante uma tempestade poderiam ter provocado o desastre, o pior em 75 anos de história da Air France. O governo francês disse que a prioridade é resgatar os destroços antes que afundem ou se dispersem por ação das correntes. Embarcações brasileiras estão se dirigindo à área, e uma fragata francesa deve chegar no domingo. Um barco que leva um minissubmarino capaz de procurar as caixas-pretas é esperado para o dia 12. (Por Crispian Balmer; com reportagem adicional de Andrew Hay em Madrid)

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