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Avião da TAM tinha defeito, teve problema em Congonhas na 2a--JN

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Por Redação
Atualização:

O Airbus A320 da TAM que explodiu no pior acidente aéreo do país na última terça-feira estava com um defeito no reversor da turbina direita desde o dia 13, noticiou nesta quinta-feira o Jornal Nacional, da TV Globo. O telejornal disse ainda ter apurado que o mesmo avião teve problemas para aterrissar em Congonhas um dia antes do acidente, num vôo vindo de Belo Horizonte, só parando no limite da pista. O comandante do Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo, Carlos Minelli de Sá, segundo o JN, confirmou que o avião da TAM teria feito um "pouso difícil" em Congonhas na segunda-feira. Segundo o telejornal, Sá disse que o registro feito pelo piloto do vôo à torre de controle do aeroporto alertava para a pista escorregadia. O vice-presidente técnico da TAM, Ruy Amparo, disse ao JN que não houve "nenhum reporte de problemas com a máquina, o avião" no pouso de segunda-feira. Em relação ao reversor da turbina, o telejornal informou que o problema havia sido detectado pelo sistema eletrônico de checagem da própria aeronave, mas que ela continuou a voar nos dias seguintes, com o reversor direito desligado. Amaro disse que os manuais do fabricante do avião, a Airbus, afirmam que o problema não representa nenhuma alteração no desempenho da aeronave em pista, a não ser quando elas estão muito "contaminadas", ou seja, com chuva muito forte. Na hora do desastre chovia em São Paulo, mas não havia declaração de chuva intensa. A questão sobre o reversor veio à tona, sem maiores detalhes, já na quarta-feira, durante entrevista à imprensa concedida por executivos da TAM para comentar o acidente. "Nós estávamos com um dos reversores travados porque o Airbus, como é muito digital, ao menor sinal de problema para o piloto a gente tem um procedimento de inibir um sistema que pode não funcionar", disse Amparo na ocasião. "Este reversor não era requerido para este pouso." Na mesma entrevista, o presidente da empresa, Marco Antonio Bologna, afirmou que o avião acidentado "estava em perfeitas condições de manutenção e de aerogovernabilidade e de operação". Na terça-feira, fazendo o vôo 3054 com origem em Porto Alegre, o avião Airbus falhou na tentativa de pouso, passou por cima de uma avenida e explodiu ao se chocar contra prédios do outro lado da cabeceira da pista de Congonhas. Sem números oficiais finais, as estimativas atuais são de que o desastre causou a morte de cerca de 190 pessoas. Em nota, a TAM reiterou que o reversor de seu Airbus "foi desativado em condições previstas pelos manuais de manutenção da fabricante Airbus e aprovado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)". A nota repete ainda que "o procedimento não configura qualquer obstáculo ao pouso da aeronave".

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