Avião de Marília Mendonça atingiu fiação elétrica antes da queda; polícia apura colisão

Cemig confirmou choque com cabo de torre de distribuição e investigadores vão apurar influência de contato no acidente aéreo. Presença de fios na região é conhecida por pilotos

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Foto do author João Ker
Foto do author Gonçalo Junior
Foto do author Marco Antônio Carvalho
Por João Ker , Gonçalo Junior e Marco Antônio Carvalho
Atualização:

O avião que levava a cantora Marília Mendonça e sua equipe para um show em Caratinga, no interior de Minas Gerais, atingiu uma fiação elétrica antes da queda que matou os cinco ocupantes da aeronave. A Companhia Energética de Minas (Cemig) confirmou o choque com um cabo de uma torre de distribuição da região. A polícia investiga a influência dessa fato para o acidente desta sexta-feira, 5. 

A Cemig confirmou o que já apontavam testemunhas do acidente sobre o contato com a fiação elétrica. Os fios naquela região costumam atrapalhar o pouso de aeronaves, a ponto de ela ser evitada por quem conhece a área, segundo relato de pilotos ouvidos pelo Estadão. A aeronave de pequeno porte que transportava a artista estava em processo de pouso no aeroporto regional de Ubaporanga. 

Aeronave caiu na tarde desta sexta-feira no interior de Minas e o trabalho dos bombeiros seguiu pela noite Foto: CORPO DE BOMBEIROS-MG

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A Polícia Civil afirmou, em entrevista coletiva na noite desta sexta-feira, que não têm condições de determinar a causa do acidente aéreo, mas encontrou destroços de uma antena de energia elétrica no local da queda da aeronave.

"A gente não pode falar sobre a causa do acidente. Há destroços de uma antena que sugere que o avião tenha colidido com essa antena", afirmou Ivan Salles, delegado regional da Polícia Civil de Caratinga. “A perícia compareceu ao local e fez os trabalhos. Amanhã (sábado) continuam os trabalhos. Cabe à Polícia Civil acionar a Cenipa para saber as causas do acidente”, completou. 

Os policiais também foram cautelosos em relação à causa da morte dos ocupantes. “Foi um acidente com uma energia de grande impacto, que causou diversos traumas nos ocupantes”, diz o médico legista Pedro Fernandes.

Em nota, a Aeronáutica informou que investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA 3), localizado no Rio de Janeiro, órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), "foram acionados para realizar a ação inicial do acidente envolvendo a aeronave de matrícula PT-ONJ, nesta sexta-feira, em Caratinga (MG)".

"Na ação inicial os investigadores identificam indícios, fotografam cenas, retiram partes da aeronave para análise, ouvem relatos de testemunhas, reúnem documentos, etc. Não existe um tempo previsto para essa atividade ocorrer, dependendo sempre da complexidade da ocorrência", acrescentou. "A conclusão das investigações terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os fatores contribuintes."

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