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Avó brasileira ganha na Justiça americana direito de ver Sean Goldman

Decisão também vetou exigências feitas por David Goldman, pai do garoto, para permitir o encontro, como indenização de US$ 200 mil para pagar gastos que ele teve com advogados

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Por Redação
Atualização:

RIO - A Justiça do Estado de New Jersey, nos Estados Unidos, concedeu decisão favorável à empresária Silvana Bianchi, avó de Sean Goldman, para facilitar a visita dela ao neto. Sean, que completará 13 anos em maio, mora nos Estados Unidos desde dezembro de 2009, quando a Justiça brasileira deu sua guarda ao pai, o americano David Goldman.

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A disputa pela guarda da criança começou em 2004, quando a mãe de Sean, a brasileira Bruna Bianchi, voltou ao Brasil com o filho e se intensificou a partir de agosto de 2008, quando ela morreu no parto da segunda filha, fruto de seu segundo casamento.

Desde que conseguiu a guarda do filho, David Goldman impôs condições para que a avó visitasse Sean. Silvana nunca encontrou o neto nos Estados Unidos e diz não ter contato com ele nem por telefone ou e-mail há dois anos e três meses. "Tive notícias dele pela última vez em setembro de 2012, quando fui para os Estados Unidos e me reuni com os advogados do pai dele. Mesmo estando lá, não consegui ver meu neto", reclama Silvana.

"Tive que enviar o presente de Natal do Sean para o endereço do consultório do terapeuta dele, e não obtive nem uma confirmação de recebimento, nenhuma notícia. Hoje não faço nem ideia de onde meu neto está, onde ele mora. O Estado onde ele morava, New Jersey, já sofreu furacão, tempestade, e nunca mais tive notícias de Sean. Perdi totalmente o contato, por causa das exigências feitas pelo pai", conclui ela.

Silvana não conversa com David Goldman. "Discutimos apenas por meio dos advogados de cada parte."

A Justiça do Estado de New Jersey decidiu que Goldman não pode condicionar a visita ao filho a exigências como o pagamento de US$ 200 mil para ressarcir custos advocatícios, obrigação de avó e neto conversarem apenas em inglês (para que Goldman entenda o que é dito) e não divulgação pela imprensa de eventuais encontros dela com o neto.

Mas ainda não há previsão sobre a data em que Silvana conseguirá ver o neto. "Na prática, essa decisão judicial não estipula prazo para que o pai de Sean permita minha visita. Não sei quando finalmente poderei reencontrar meu neto", afirma Silvana.

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Os advogados da empresária tentam obter decisão semelhante na Justiça Federal dos Estados Unidos. Segundo eles, assim ficaria mais fácil para a Justiça determinar um prazo para o encontro entre avó e neto.

Segundo Silvana, seus advogados também aguardam uma intervenção do Ministério das Relações Exteriores do Brasil para facilitar a visita. "Nenhuma das condições de visita estipuladas pela Justiça brasileira quando concedeu a guarda ao pai de Sean foi cumprida. Espero que o governo interfira. Meu neto é uma criança, não uma caixa de sapatos", afirma Silvana.

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