Avô de Pedrinho diz que não conheceu neto

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Por Agencia Estado
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O italiano Jônio Alezima Braule Pinto, de 74 anos, disse hoje, em Belém, que não pôde conhecer o neto biológico Pedrinho, Osvaldo Borges Júnior, seqüestrado de uma maternidade em Brasília há 17 anos. "Perdi contato com meu filho, Jairo, há 15 anos, mas gostaria de ter abraçado o Pedrinho, que, pelo que vi na televisão, é um bom menino." Braule Pinto evita entrar na polêmica sobre a mãe adotiva do neto, Vilma Martins Costa, acusada pela polícia da capital federal de ter seqüestrado Pedrinho. "Não sei, é muito difícil julgar essas coisas. Mas Deus sabe de tudo e fará seu julgamento", diz, preferindo falar da "saudade" que sente do filho. Nascido em Milão, na Itália, Braule Pinto veio para o Brasil quando tinha apenas 6 meses, onde passou a morar em Manaus. Ele faz uma revelação: "Meu pai registrou-me como se eu tivesse nascido em Manaus, portanto, sou mais brasileiro que italiano." Em 1987, perdeu o contato com o filho Jairo, o pai biológico de Pedrinho. "A culpa de eu estar afastado do meu filho foi de uma distração da irmã dele, que mora comigo, e que queimou alguns papéis velhos; no meio, estava o endereço dele em Brasília." Depois que viu as imagens do neto nos jornais e televisões do Pará, Braule Pinto procurou a TV Liberal, afiliada da Rede Globo de Televisão, onde conseguiu o endereço do filho em Brasília. "Já falei duas vezes por telefone com ele. Agora, se puder, quero viajar até lá. Quero compartilhar da alegria e também dos momentos de angústia do Jairo, depois que ele reencontrou o filho desaparecido. Também gostaria muito de dar um grande abraço em meu neto." "Quando tiver cabeça e tranquilidade, vou chamá-lo para vir aqui", disse Jayro. Por enquanto, a maior preocupação do pai biológico de Pedrinho é ver seu filho retornar à escola. "Esta é minha prioridade do momento", sublinhou. Jairo contou que várias tentativas foram feitas para resgatar contato com o pai. Ele diz que chegou ir a Belém atrás da família, mas o endereço dado a ele por seu pai não conferia. "O endereço do velho estava furado e não foi possível encontrá-lo", enfatizou. Segundo ele, apesar de já adultos, na época, seus irmãos não se deram ao trabalho de buscar o serviço de informações da telefônica de Brasília para localizar o telefone.

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