Bairro da Liberdade comemora 26.º Festival das Estrelas

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Por Agencia Estado
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Apesar do frio, a Praça da Liberdade lotou hoje, segundo dia do 26.º Festival das Estrelas ou Tanabata Matsuri, festa milenar trazida pelos japoneses. Os diferentes enfeites pelas ruas que representam as estrelas, de papel, isopor e arame, são feitos por idosas japonesas. Elas também vendem os papéis onde as pessoas podem escrever pedidos e pendurar em bambus espalhados pelos arredores. No fim são queimados para que, segundo a lenda, os pedidos cheguem a duas estrelas, antes um casal humano, que se reencontra uma vez por ano. Até quem nem sabia do evento acabou aderindo, como a estudante vinda do Ceará, Nayane Monteiro de Almeida, de 18 anos. ?Acredito que deve ajudar, mal não faz?, explica ela, que pediu proteção para a família.? Muitos, como a professora Anice Akiko, de 44 anos, vão especialmente para ver o taikô, espetáculo com tambores à parte entre as danças típicas e apresentações musicais do evento. ?Aproveito para fazer compras?, diz ela, que tanto pode ter a opção pela feirinha dos fins de semana como pelas lojas locais. Corajoso mesmo foi o grupo de dança de axé, de saias curtas e tops, que admite ter sido difícil agüentar o frio, pelo menos no começo da apresentação. No Ginásio do Ibirapuera foi a vez do Festival de Yosakoi Soran Muita vibração, energia e colorido marcou o 2.º Festival de Yosakoi Soran do Brasil realizado hoje, das 17 às 21 horas, no Ginásio do Ibirapuera, na zona sul. Cerca de 4 mil pessoas prestigiaram a apresentação de 21 grupos de dança, reunindo mais de 700 dançarinos, formados por escolas, associações e entidades ligadas a cultura da colônia japonesa, vindas de diversas partes do Brasil. O evento fez parte da comemoração dos 96 anos da imigração japonesa no Brasil. Na abertura foram executados os hinos nacionais do Brasil e do Japão. Em seguida, teve a apresentação de taiko ? tradicional instrumento musical japonês ? que antigamente era só tocado por homens nos templos. Como a idéia é de modernização, os ?tambores? foram tocados por homens e mulheres vestidos com quimonos e camisetas nas cores verde e amarelo para fazer alusão à união do Brasil e ao Japão. Cada grupo teve cerca de cinco minutos para se apresentar. Crianças, jovens, adultos e pessoas da terceira idade apresentaram coreografias alegres e contagiantes. Quimono, happy, yukata e outras vestimentas japonesas misturados com paetês, leque e muito colorido formaram as fantasias e as alegorias. Os grupos utilizaram o taiko e o naruko como instrumentos musicais. Um dos grupos mais animados era o Bastos Fujinkai. Formado por 32 senhoras, a média de idade das participantes era de 60 anos. ?Viajamos cerca de 600 quilômetros para participar do evento. Tivemos menos de dois meses para ensaiar. Mas, valeu a pena. Não queremos perder a identidade da nossa cultura e queremos sempre deixar acesa a tradição da cultura japonesa para os nossos descendentes?, diz a responsável pelo grupo Lídia Nishi Tsuru. História - Trazido ao Brasil por Hideaki Iijima, fundador do Soho, o Yosakoi é um estilo de música da província de Kouchi, e o Soran é uma canção folclórica rítmica, originária de Hokkaido. Dessa combinação surgiu, há dez anos, no Japão, o primeiro Festival de Yosakoi Soran. ?Queremos contagiar as pessoas aqui no Brasil, com as danças folclóricas japonesas mesclando com movimentos atuais e com a cultura brasileira. Transformar o festival em uma união de raças, com músicas com ritmos alegres e marcantes, acompanhadas de tambores. A festa é similar ao nosso carnalval?, diz Mayumi k. Madueno Silva, uma das integrantes da organização do evento.

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