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Baixada tem dia sem ataques; Vale do Paraíba registra três casos

Fato fez com que a maior parte dos coletivos santistas voltassem a suas garagens, o que atrapalhou a vida de quem queria voltar para casa

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de uma segunda-feira tensa, com ataques a cinco alvos, sendo três delegacias, uma concessionária de veículos e uma agência bancária, não foram registradas ocorrências nesta terça-feira, na Baixada Santista. Mas, a noite de segunda-feira foi de tensão. Um ônibus da Viação Piracicabana foi incendiado no bairro Jóquei Clube, periferia de São Vicente, bem próximo à garagem da empresa. Dois rapazes, fortemente armados, entraram no veículo, determinando que todos os passageiros e também o motorista abandonassem o ônibus. Em seguida, atearam fogo no carro. A partir deste momento, quem estava na rua e necessitava de condução para voltar para casa encontrou uma série de dificuldades, já que, por determinação da concessionária, a maior parte dos carros foi recolhida às garagens, localizadas em Santos, São Vicente, Praia Grande e Cubatão. Muitos estudantes matriculados nas universidades de Santos e que residem nos municípios vizinhos, como Cubatão e São Vicente, tiveram que pegar táxi ou até mesmo caminhar para retornarem às suas casas, como foi o caso da estudante de Direito Silmara Félix, que mora na Vila Valença, em São Vicente. "Depois de um dia inteiro de trabalho, tive que sair do Boqueirão, em Santos, e andar a pé, com um baita medo, até a divisa com São Vicente, onde consegui pegar uma perua de lotação, em frente à praia do Itararé", queixou-se. De acordo com a assessoria de imprensa da Piracicabana, desde os primeiros ataques atribuídos à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), em maio, a empresa já perdeu 29 dos 850 ônibus, todos incendiados, sendo obrigada a fazer uma série de remanejamentos nas linhas, para que a população da região metropolitana não ficasse sem condução. Vale do Paraíba Treze tiros foram disparados contra a agência do Banespa e o posto dos Correios da pequena cidade de Potim, no Vale do Paraíba. Os atentados ocorreram na madrugada de terça-feira, 8, mas ninguém ficou ferido. Com receio de novas abordagens a agência do banco cancelou o expediente e só retoma o atendimento nesta quarta, 9. O posto dos Correios abriu normalmente. Apesar da rajada de tiros não houve feridos. Em julho, a cidade registrou outros três ataques à prefeitura, à casa de um agente e também à delegacia. Na época onze pessoas foram presas e confessaram a ligação com o Primeiro Comando da Capital. Na cidade há duas penitenciárias onde estão atualmente cerca de 2.400 detentos. A Polícia Civil até agora não tem pistas mas acredita que os atentados tenham envolvimento de criminosos envolvidos com o PCC. Na cidade de Cruzeiro, também na região do Vale do Paraíba, uma loja de veículos do centro da cidade foi incendiada. Uma bomba de fabricação caseira foi lançada nos carros e dois veículos foram destruídos. Os vizinhos chamaram o Corpo de Bombeiros e ajudaram a apagar o incêndio. De acordo com a Polícia Civil, não há nenhuma ligação com facções criminosas. "Recebemos denúncia anônima sobre a autoria e pelas informações não há relação com o crime organizado. Pode ser até um desafeto, uma represália contra o comerciante", informou o delegado seccional interino Clécio Mendonça.

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