Bala perdida mata estudante carioca em SP

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O estudante de publicidade Murilo Faria, de 21 anos, morreu na sexta-feira após ser atingido no peito por uma bala perdida, por volta das 14h30, na Rua Lourenço Marques, Vila Olímpia. Enquanto ele passava na calçada, três homens que assaltavam o ferro-velho São Lourenço, do outro lado da rua, assustaram-se com alguma coisa e dispararam vários tiros. A polícia encontrou as cápsulas das balas dentro do ferro-velho, mas não há marcas de disparos nas portas das lojas, nem nos carros. Isso indica que os bandidos atiraram para cima primeiro, depois acertaram o rapaz. ?Ninguém acredita. Meu tio está desconsolado?, disse o bancário Alex Faria, de 25 anos, primo da vítima, também abalado. Murilo veio do Rio há oito meses, onde morava com a mãe. O pai estava montando um restaurante para ele naquela mesma rua - as reformas já haviam começado. ?Depois dizem que é no Rio que tem bala perdida?, desabafou o primo. Quando teve a confirmação da morte do filho, no Hospital Santa Paula, o pai de Murilo precisou ser sedado. No assalto ao ferro-velho, outro pai teve medo de perder o filho: foi justamente o dono do ferro-velho, Heleno Bento da Silva, de 65 anos. Seu filho, Alexandre Bento da Silva, de 29 anos, tinha ido ao banco sacar R$ 2.200,00 para o negócio da família. Três homens, em duas motos, o seguiram. Ele entrou correndo no ferro-velho e as motos foram atrás, dentro do estabelecimento. ?Tomaram o dinheiro, que estava no meu bolso, e me jogaram na caçamba de sucata?, relatou. ?Não sei por que atiraram.? Segundo eles, o dinheiro vai fazer muita falta. Murilo foi socorrido pelo pedreiro que fazia a reforma de seu restaurante e por um empresário das redondezas que o conhecia. ?O celular dele (Murilo) tocou. Era o pai. Eu estava emocionado, não quis atender. O funcionário deles que falou?, disse o empresário, que preferiu não se identificar. ?Chamei o resgate, mas tive a impressão que ele morreu na hora.? Na fuga, os bandidos deixaram cair alguns objetos, que a polícia está usando para tentar localizá-los. O caso foi registrado no 96º Distrito Policial, no Brooklin.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.