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Bancada de SP na Câmara se divide entre o voto regional e o de opinião

Dos 70 eleitos, 36 representam regiões do Estado e 32 são militantes de causas específicas, como saúde, transporte e habitação

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Por Redação
Atualização:

A bancada paulista na Câmara dos Deputados será composta por um misto de representantes regionais - a maioria de cidades do interior - e de militantes de causas específicas, como saúde e educação. Dos 70 deputados federais eleitos por São Paulo no domingo, 36 se enquadram no chamado voto regional, 32 podem ser classificados como voto de opinião e 2 se encaixam no item voto de celebridade.Para agrupar os deputados, o Estado usou critérios objetivos e subjetivos, como o porcentual de votos recebidos por eles em suas bases eleitorais, o grau de associação de seus nomes às bandeiras que defendem e, no caso das celebridades, o nível de exposição. Há deputados cuja votação foi resultado da soma de votos regionais com os de opinião.Um exemplo é Gabriel Chalita, segundo mais votado, com 560 mil votos, só atrás de Tiririca (1,3 milhão). Reconhecido pela militância na área da educação, Chalita é ligado à Igreja Católica.No caso dos candidatos cuja eleição se deve ou ao voto regional ou ao voto de opinião, o que se observa é que o número de eleitores independe do tamanho da região que representam e da popularidade da bandeira defendida - o que não se aplica às celebridades, cuja vitória depende exclusivamente do sucesso midiático.A capital, com seus 14,5 milhões, elegeu 9 representantes. Alguns nomes de peso, como a ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina (PSB) e o ex-vereador Jilmar Tatto (PT), tiveram maciça votação entre os eleitores da cidade. Dos 214 mil votos recebidos por Erundina, 83% vieram da capital. O porcentual de Tatto foi menor, mas também elevado - 67% de seus 250 mil votos.Depois da capital, as regiões de Campinas e São José do Rio Preto foram as que emplacaram o maior número de deputados - 3 cada. Além de um eleitorado numeroso - Campinas tem 6,4 milhões de eleitores e Rio Preto, 1 milhão -, as duas cidades possuem economias fortes, a primeira focada em indústrias e a segunda, em agricultura e pecuária.Mogi das Cruzes e Guarulhos, na Grande São Paulo, e São José dos Campos, no Vale do Paraíba, elegeram dois deputados cada. Os nomes mais conhecidos são Valdemar Costa Neto (PR), de Mogi, que em 2005 renunciou ao mandato de deputado federal para escapar da cassação por envolvimento no escândalo do mensalão, e Janete Pietá (PT), mulher do ex-prefeito de Guarulhos Elói Pietá (PT).Quinze cidades do Estado elegeram um deputado cada. Ribeirão Preto, por exemplo, reconduziu Duarte Nogueira (PSDB), um dos homens de confiança e coordenador da campanha do governador eleito Geraldo Alckmin (PSDB). Ex-secretário de Agricultura de Alckmin entre 2003 e 2006, Nogueira já é cotado para assumir uma pasta no governo do tucano, o que pode fazer com que a cidade fique sem representantes na Câmara.Religião. O item voto de opinião é dominado pelos deputados ligados a correntes religiosas. Dos 32 parlamentares classificados nesse quesito, 8 têm vínculos com igrejas, sejam elas católicas ou evangélicas. Um dos ícones desse grupo é o cantor gospel Marcelo Aguiar (PSB), eleito com 98 mil votos.Os deputados ligados às causas sindicais são quatro. O mais votados deles foi Paulinho da Força (PDT), reeleito com 267 mil votos. A bancada da segurança pública vai contar com o delegado Protógenes Queiroz (PC do B) e por Keiko Ota (PSB), mãe do garoto Ives Ota, morto em 1997 por sequestradores.No plano político, o PT levou a melhor sobre o PSDB, principal partido de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os petistas de São Paulo conseguiram ampliar de 14 para 16 o número de cadeiras na Câmara. Os tucanos, por sua vez, perderam representação - de 16 para 13, dos quais apenas 8 se reelegeram.As bancadas ainda estão sujeitas a mudanças, de acordo com o resultado do julgamento dos candidatos barrados pela Lei do Ficha Limpa. / BRUNO TAVARES, COM CORRESPONDENTES

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