Bancas da Paulista têm ''bota-bituca''

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Por Fernanda Aranda
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A lei antifumo acentuou a presença nas calçadas e nas sarjetas de um inimigo do meio ambiente. O aumento das bitucas no chão virou um dos mais visíveis efeitos colaterais da lei. Há dois anos, a preocupação com as bitucas já estava na pauta da ONG Recicleiros, de São Paulo. Agora, a entidade intensificou a campanha para que cada um seja responsável por seu cigarro. "É uma situação delicada porque a bituca não é considerada lixo nem por quem tem consciência ambiental", afirma o fundador da Recicleiros, Erich Burger Netto. Cada bituca leva cinco anos para se decompor. Na tentativa de resolver o problema, a Recicleiros desenvolveu um "bota-bituca" individual, que não exala cheiro. Feito com garrafas PET, o cinzeiro de bolso é vendido a R$ 4 em bancas de jornal da Avenida Paulista, uma das vias que mais têm bitucas. "Piorou muito depois da lei, as pessoas não têm educação", atesta o lixeiro Francisco Pele de Moura, de 41 anos. Estudos da Faculdade de Saúde Pública e Associação de Defesa da Saúde do Fumante analisaram os efeitos de 20 bitucas em 10 litros de água. Após dois dias foi medida a quantidade de oxigênio e poluentes. A solução resultante dos tocos de cigarro é semelhante a 1 litro de esgoto doméstico.

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