Banco alerta que investidores não diferenciam Lula de Alckmin

Para o banco Barclays Capital, o mercado está cometendo um erro e o impacto a médio prazo pode causar riscos às expectativas financeiras internacionais

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O banco Barclays Capital alertou que os investidores podem estar cometendo um erro ao não diferenciar o impacto de médio prazo sobre as perspectivas do Brasil em uma reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. Em relatório para clientes, o banco alerta que uma vitória de Lula cria riscos para as atuais expectativas do mercado, principalmente em relação à continuidade de uma política fiscal prudente e na adoção de reformas estruturais. "Uma reeleição de Lula não precisa gerar os temores que predominaram em 2002, nem deverá retroceder substancialmente as perspectivas do País", disse o autor do relatório, o analista Michael Hood. "Entretanto, a menos que as condições globais continuem extremamente favoráveis, é muito mais provável a marcha do Brasil rumo a uma classificação de risco, grau de investimento que ficará atolado na lama durante um segundo mandato de Lula do que num governo Alckmin". Ele observou que as eleições deste ano não estão atraindo a mesma atenção ou gerando a turbulência nos mercados financeiros que marcaram o pleito em 2002. Os investidores parecem estar diferenciando muito pouco o presidente Lula de seu principal oponente, considerando as eleições de outubro quase como um não-evento. "No curto prazo, essa visão parece razoável pois Lula não deverá alterar os contornos gerais da atual política macroeconômica. No médio prazo, maiores riscos cercam um segundo mandato de Lula do que um governo Alckmin, especialmente com o ambiente para a política fiscal se tornando mais difícil." Segundo ele, a capacidade de um segundo mandato de Lula sustentar uma política fiscal prudente poderá declinar com o passar do tempo diante de "um cenário externo menos favorável, dificuldades que reduzirão a capacidade administrativa do governo, uma crescente influência da base do PT, uma fatiga de segundo mandato em um Congresso mais hostil". Além disso, avalia Hood, "mesmo os progressos mínimos gerados nos temas estruturais de política econômica obtidos nos últimos anos, deverão ser suspensos com pouca coisa acontecendo em áreas com a da Previdência Social, código tributário, independência do Banco Central e na estrutura regulatória.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.