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Bandidos atiram em policiais que tentavam resgatar corpos em Natal

Um dia após os homicídios, equipes ainda não conseguiram encontrar as vítimas na zona oeste da capital potiguar

Por Ricardo Araújo
Atualização:

NATAL - A interminável disputa pela liderança do tráfico de drogas entre bandidos de facções criminosas rivais na zona de oeste de Natal culminou na morte de dois homens neste domingo, 7. As vítimas foram assassinadas em uma região de dunas entre os bairros de Bom Pastor e Felipe Camarão, uma das mais violentas da cidade. Peritos criminais e policiais civis que foram aos locais dos crimes não conseguiram realizar os procedimentos, pois foram recebidos a tiros de arma de fogo pelos bandidos que dominam o tráfico de entorpecentes na região e foi preciso pedir apoio de Tropas Federais. 

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Somente na manhã desta segunda-feira, 8, quase um dia após os homicídios, conforme relatos de moradores da região onde os corpos foram vistos, os agentes da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) retornaram à região das dunas com apoio de 12 militares das Tropas Federais.

A região dos bairros de Felipe Camarão e Bom Pastor, na zona oeste de Natal, é uma das mais violentas da capital potiguar Foto: Google Street View

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Os corpos, porém, ainda não tinham sido localizados até a tarde desta segunda-feira. O helicóptero do Exército Brasileiro também ajudou nas buscas, mas não conseguiu identificar os corpos entre as dunas ou no meio da mata que cerca a área. 

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De acordo com o delegado Marcos Vinícius dos Santos, da Divisão de Homicídios, as informações que foram repassadas aos policiais civis e aos militares das Tropas Federais, os homens mortos tinham envolvimento com drogas e os familiares desconfiam que eles deviam aos traficantes.

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"A informação que recebemos foi a de que eles foram mortos a tiros e enterrados com a cabeça para fora da areia. Mas nós não conseguimos localizar os corpos", declarou. 

Acompanhados das Tropas Federais, os agentes de Polícia Civil e do Instituto Técnico de Perícia (Itep/RN) continuam procurando os corpos. Os homens mortos têm, segundo relatos de familiares, entre 25 anos e 30 anos.

Paralisação

Desde o dia 19 de dezembro, policiais civis e militares iniciaram uma operação denominada "padrão". Reclamando o pagamento dos salários atrasados - dezembro e décimo terceiro - os agentes de segurança pública reduziram o efetivo ao mínimo possível. O Estado não divulgou o cronograma para quitação de tais dívidas, e a paralisação continua.

No dia 23 de dezembro, militares das Tropas Federais chegaram a Natal após pedido formulado ao ministro da Defesa, Raul Jungmann. Até a próxima sexta-feira, 12, o policiamento ostensivo no Estado está garantido. 

Os casos de arrombamentos de lojas, roubos de veículos e assaltos bateram recordes na última quinzena de dezembro com mais de 650 ocorrências registradas na Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed/RN). Neste fim de semana, pelo menos 32 veículos foram roubados e 15 pessoas assassinadas em todo o Rio Grande do Norte, no mesmo patamar anterior à chegada dos militares federais. Não há confirmação de que o Estado solicitou prorrogação da permanência da tropa federal no Rio Grande do Norte. 

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