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Bando amarra bomba falsa em gerente de banco

Quadrilha exigia R$ 1 milhão e ação foi abortada quando polícia descobriu que o artefato não existia

Por Leandro Calixto
Atualização:

A família da gerente de uma agência bancária viveu horas de terror na manhã de ontem, em Osasco, Grande São Paulo. Quando ela deixava sua residência para trabalhar, por volta das 7h, foi surpreendida por pelo menos três criminosos, que renderam sua filha, neto e uma empregada. Os bandidos amarraram na gerente um cinto com uma falsa bomba e exigiram que fosse ao banco em que trabalha e retirasse R$ 1 milhão. Os sequestradores avisaram que se até 11h de ontem ela não conseguisse o dinheiro, todos os seus parentes seriam mortos e um dispositivo seria acionado para detonar o artefato. A filha, de 17 anos, o neto, de 3, e a empregada, de 30, foram levados pelos bandidos em um Corsa que havia sido roubado no mês passado. Assim que os bandidos saíram com as vítimas, a gerente V., de 42 anos, foi autorizada a ir ao banco buscar o dinheiro. A própria mulher conduziu seu carro e a polícia acredita que outra equipe da quadrilha monitorava a executiva. Na agência do Itaú na região central da cidade, a gerente procurou a equipe de segurança que presta serviço ao banco. Em seguida, foram acionados a Polícia Militar e homens do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate). Ao retirar o cinto da vítima, a polícia especializada verificou que a bomba era falsa. O bando prendeu no cinto tubos de PVC que continham bolinhas de gude e pilhas. Praticamente no mesmo momento em que o Gate anunciava que a bomba era falsa, a polícia era avisada que a quadrilha havia libertado os três reféns em Barueri, cidade vizinha a Osasco. O veículo utilizado no sequestro também foi deixado na mesma cidade. "Assim que os bandidos souberam que a polícia desmontou a suposta bomba, abortaram a ocorrência", afirmou o delegado do 6º Distrito Policial de Osasco, Carlos Eduardo Vasconcelos. Até o início da noite de ontem, nenhum integrante da quadrilha havia sido preso. Para o delegado de Osasco, o plano de sequestrar a família da gerente foi minuciosamente planejado. Os bandidos teriam estudado a rotina dela e de sua família. "A sorte é que essa quadrilha me parece profissional. Se fosse de ?noia?, eles poderiam ter matado todas as vítimas, assim que a gerente procurou a polícia", completou. A atitude da mulher, que em vez de seguir as orientações do bandido preferiu acionar a polícia, foi muito elogiada pelo delegado. "Ela teve muita coragem. Principalmente porque do outro lado ela tinha como reféns uma filha e um neto. Em toda ocorrência, a primeira coisa que a vítima tem de fazer é chamar a polícia. E a gerente do banco fez a coisa certa", completou o delegado. A gerente foi levada para o Pronto-Socorro do Hospital Cruzeiro do Sul, com hipertensão. "Ela ficou um pouco agitada. Mas por tudo que passou é um quadro normal ", disse o médico Eduardo Jorge.

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