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Barragem cede no PI e 4 morrem

Por Luciano Coelho e TERESINA
Atualização:

O rompimento da Barragem Algodões 1, na zona rural de Cocal, 268 km ao norte de Teresina, causou a morte de pelo menos quatro pessoas (segundo os grupos de resgate, foram cinco) e feriu outras 80 - 11 pessoas estão desaparecidas. Há ainda 953 desalojados e 2 mil desabrigados. As vítimas moravam às margens do Rio Piranji e foram levados pelas águas. Às 20 horas, o governo confirmou oficialmente a morte de Francisca Maria Pereira, de 10 anos; Maria Tainara dos Santos, de 12; João Alves dos Santos, de 72; e Francisca das Chagas dos Santos, de 73. Foram mobilizados a Defesa Civil nacional, o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar, a Polícia Rodoviária Federal, equipes da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHSF) e voluntários. Uma mulher, grávida de 8 meses, teve o resgate mais dramático. Ela morava na região ribeirinha e foi encontrada pelos bombeiros e pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) num barraco, com os dois filhos. Já sofrendo com dores de parto, só sobreviveu às águas porque segurou em troncos durante a cheia. Uma comissão foi formada para coordenar os resgates e o governador Wellington Dias (PT) acompanhou pessoalmente os trabalhos. Ele comparou o rompimento a um tsunami. A lâmina d?água chegou a uma altura de 20 metros e arrastou tudo que estava na frente. As pessoas correram para morros e estão sendo socorridas com auxílio de cinco helicópteros. "Vi animais mortos, casas com o telhado para baixo e paredes para cima, com bois, cavalos mortos. Havia geladeira em cima de árvores, carnaúbas derrubadas, cemitérios com túmulos revirados, uma cena terrível." Segundo ele, em Buriti dos Lopes as famílias foram retiradas com mais facilidade. "Visitamos os abrigos e não houve mortes. Agora, nossa meta é verificar as famílias em cada uma das cem comunidades às margens de 80 km do Rio Piranji. Todas foram sobrevoadas." Há 25 dias, o governo foi informado de fissuras na parede da barragem. Autorizou-se então o serviço de contenção e a estrada de acesso para o paredão acabou cortada. "Foram retiradas 10 mil pessoas entre Cocal e Buriti dos Lopes. As famílias voltaram às casas, porque houve redução das chuvas. Quem quisesse permanecer nos abrigos poderia, mas o engenheiro deu todas as garantias para que voltassem. Mas as pessoas perceberam que estava chegando a um volume grande de água e, pela madrugada, acionaram o governo. Retiramos cerca de 2 mil pessoas num período de menos de duas horas." Por causa do rompimento, a Companhia Energética do Piauí (Cepisa) desligou a energia na região. Além disso, 17 torres de transmissão acabaram derrubadas. Em Cocal, os telefones celulares estão fora de área e as linhas telefônicas se encontram cortadas.

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