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Bastidor: Indonésia compra do Brasil foguetes e aviões

Compras, realizadas durante administração de dez anos do ex-presidente Susilo Bambang, somam cerca de R$ 1,5 bilhão

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O governo da Indonésia é um poderoso cliente de ao menos dois fornecedores brasileiros de equipamentos militares - a Avibras Aeroespacial e a Embraer Defesa e Segurança. As compras, realizadas durante a administração de dez anos do ex-presidente Susilo Bambang - um ex-oficial do Exército que chefiou o governo até 2014 - somam cerca de R$ 1,5 bilhão. A lista envolve 16 aviões de ataque leve, turboélices Super Tucano, mais um simulador de voo para treinamento de pilotos, partes e componentes de manutenção. 

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Na Avibras, o contrato cobre 36 carretas blindadas, disparadoras do sistema de artilharia de saturação de área Astros II, na versão de mercado mais avançada, a Mk-6, acrescida das unidades de apoio e dos suprimentos. O sistema emprega os foguetes da família AV, com alcances entre 9 e 100 quilômetros. A configuração vendida para a Indonésia sai da linha de produção, no Vale do Paraíba, com forte carga eletrônica, de forma a permitir a futura incorporação da munição inteligente que a empresa está desenvolvendo agora - um míssil tático de precisão capaz de atingir alvos a 300 km de distância e um foguete de guiagem primária, com menor raio de ação. A força terrestre da Indonésia está equipando dois batalhões especializados com o Astros II. 

Os Super Tucanos da Embraer estão sendo empregados no bombardeio a alvos no solo, vigilância de fronteira, interceptação e ação antiguerrilha. As duas encomendas são o resultado de negociações independentes. Especialistas ouvidos ontem pelo Estado revelaram certa apreensão pelo estranhamento diplomático entre os governos de Jacarta e Brasília. Decorrente da execução de Marco Archer, a situação poderia colocar sob risco novas discussões de caráter comercial, em andamento no setor de material de Defesa.

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