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Bastos diz que aceitar ajuda federal é escolha de Lembo

O ministro da Justiça renovou a oferta de ajuda a São Paulo do presidente Lula e rejeitou que a crise seja usada pelos candidatos, em ano eleitoral, para ganhar votos

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, informou, nesta quarta-feira, 12, que irá à capital paulista para novos encontros com o governador Claudio Lembo. "A situação em São Paulo é muito grave, é uma situação que precisa ser vigiada, trabalhada. E, por isso, eu estou indo para São Paulo, por determinação do presidente Lula, para uma série de novas reuniões com o governador Cláudio Lembo e com autoridades de segurança". Bastos renovou a oferta de ajuda a São Paulo do presidente Lula, mas deixou claro que a decisão cabe ao governo estadual. A opção de aceitar ou não a ajuda federal é, segundo Bastos, "uma faculdade, uma atribuição do governador, das forças de segurança." O ministro afirmou que é "absolutamente clara" a posição do governo federal. "Nós estamos à disposição. Vou a São Paulo de novo. A Força Nacional, que neste momento atua em dois Estados, está pronta para entrar em ação também em São Paulo. Temos ainda as Forças Armadas, com brigadas treinadas, mas o juiz da presença dessas forças é o governo estadual." O ministro criticou, porém, que a crise seja usada pelos candidatos para ganhar votos. "Neste ano eleitoral, reitero a advertência de que essa crise não pode ser objeto de disputa eleitoral nem de guerra política. Não é possível que uma situação como essa, em que estão morrendo pessoas, seja objeto de disputa eleitoral. Este é um ano difícil, mas é preciso que todos os agentes públicos mantenham essa consciência bem nítida." Em busca de soluções Bastos, ao citar providências já adotadas pelo governo federal em relação à crise de segurança no Estado de São Paulo, informou que "a Polícia Federal vai ceder, em comodato, um importante equipamento de inteligência" à Secretaria de Segurança de São Paulo. O equipamento seria uma central sofisticada de escuta e monitoramento de ambientes para gravar conversas no interior de presídios. "Vamos continuar trabalhando, fazendo compartilhamento de informações e exercendo uma atuação forte na área de inteligência", disse Bastos. Bastos relatou também que já conversou com as autoridades do governo de São Paulo e com a Secretaria de Administração Penitenciária informando da disponibilidade de vagas para presos na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. Inaugurada há três semanas, essa penitenciária é destinada a receber e manter sob isolamento rigoroso os presos mais perigosos de penitenciárias de outros Estados, como São Paulo. "Estamos aguardando que comece o processo de transferência. As vagas estão asseguradas", disse Bastos.

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