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Bebê jogado pela mãe atrai interessados em adoção de todo o País

Juizado de Belém vai decidir se menino voltará para a mãe ou será entregue a outra família

Por Carlos Mendes
Atualização:

BELÉM - Pessoas de todo o País querem adotar o bebê jogado pela mãe no quintal do vizinho logo depois de nascer. O destino da criança está nas mãos do Juizado da Infância e Adolescência da capital paraense, que decidirá se o devolve à babá Elinaura Nascimento Santos, de 20 anos, ou se o entrega a uma família que reúna condições para adotá-lo. O menino está internado na Santa Casa de Misericórdia do Pará, onde deve permanecer pelos próximo 15 dias. Ele apresenta escoriações nas pernas e na cabeça, mas não corre risco de morte.

 

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O caso de Natalino de Jesus, nome dado ao bebê pelos conselheiros tutelares Abner Lopes e Irnaclei Pantoja, comoveu o Brasil. Na véspera de Natal, por volta das 8 da noite, Elinaura deu à luz ao menino e decidiu jogá-lo para o quintal do vizinho. Ela embrulhou o garoto em uma sacola plástica e o lançou sobre o muro de dois metros de altura.

 

O serralheiro Carlos Barros, que encontrou o menino doze horas depois e chamou o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), disse estar feliz por não ter viajado para passar o Natal fora de Belém com a família. Foi essa atitude dele que salvou a criança da morte, já que o bebê ficou mais de 13 horas no quintal, onde passou toda a madrugada.

 

"Eu resolvi ir ao quintal atraído pelo choro que vinha próximo do muro e fiquei surpreso quando vi aquela sacola com a criança dentro", disse Barros. Ontem, Elinaura voltou a demonstrar arrependimento pela crueldade que praticou. "Quero o meu filho de volta, porque gosto muito de criança", afirmou.

 

Na casa onde ela trabalhava como babá, a família diz estar sofrendo pressão da vizinhança para demitir Elinaura. A polícia aguarda que ela receba alta da Santa Casa, onde está internada, para prestar depoimento. O delegado Glauco Nascimento deverá indiciá-la por abandono de incapaz, lesão corporal e tentativa de homicídio. A pena máxima para esses crimes pode alcançar 12 anos de prisão.

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