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Belo culpa ex-advogados por condenação

Por Agencia Estado
Atualização:

O pagodeiro Marcelo Pires Vieira, o Belo, condenado a seis anos de prisão por tráfico e associação para o tráfico, disse nesta quinta-feira que é inocente e culpou a má atuação de seus ex-advogados pela decisão da juíza Rute Viana Lins, da 34.ª Vara Criminal. ?Eles (a polícia) não conseguiram provar nada. Acho que eu fui muito mal orientado, acho que as pessoas que estavam ao meu lado, me defendendo... acho que a orientação que eu tive naquele momento (início do processo) foi uma orientação errada?, disse o cantor, em entrevista à televisão. Belo alega que nunca foram encontradas drogas e armas na casa dele e por isso seu envolvimento com traficantes não teria sido comprovado. ?Foram na minha casa e não encontraram nada, na minha conta bancária não tem nada, então, quer dizer, a gente está indo em busca do recurso?, disse. Em abril passado, a polícia divulgou gravações telefônicas em que o pagodeiro teria sido flagrado negociando armas e drogas com o traficante Waldir Ferreira, o Vado, morto em confronto com a polícia. Quando foi instaurado o inquérito, Belo era defendido por Sylvio Guerra, advogado suspenso pela Ordem dos Advogados do Brasil por ferir a ética profissional. Ele pressionou Belo a pagar R$ 300 mil, que, segundo ele, seriam repassados aos delegados Álvaro Lins, chefe da Polícia Civil, e Ricardo Hallack, então titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), a fim de que a investigação não fosse adiante. A conversa entre o advogado e o cantor foi gravada e Guerra admitiu que tinha inventado a história para garantir o pagamento de seus honorários. A seguir, a defesa do pagodeiro foi assumida pelo advogado Alberto Louvera, substituído na fase final do processo pelo escritório de Ary Bergher. Guerra disse que Belo foi condenado ?porque as provas nos autos levaram a Justiça a isso?. ?Em que sentido ele está dizendo que foi mal orientado? Não oriento nenhum cliente meu a mentir. Ficou claro para todos que eu renunciei à causa?, afirmou. Louvera não foi encontrado para comentar as declarações do artista. Um dos advogados de Belo, Raphael Mattos, disse que entre as alegações que serão apresentadas no recurso da condenação está o fato de que Vado morreu antes que fosse comprovado que a voz nas fitas era a dele. ?A juíza não analisou isso. Mas ainda vamos estudar a sentença para decidir como será o recurso?, disse. Na noite de ontem, Belo tinha prevista uma apresentação na boate Kokeluche, em Jacarepaguá. Desde que teve seu nome envolvido com o tráfico de drogas, a média mensal de shows do cantor caiu de 25 para 10, segundo colaboradores do artista.

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