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Belo divide cela com traficante e seqüestradores

Por Agencia Estado
Atualização:

O cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, está dividindo uma cela de seis metros quadrados com sete detentos ? um traficante que é comparsa de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e quatro integrantes da quadrilha que seqüestrou a atriz Vanessa Bueno, há duas semanas. O advogados do pagodeiro entraram com pedido de habeas corpus na 7ª Câmara Criminal, que, por causa da horário, só deverá ser apreciado hoje à tarde, conforme informou o Tribunal de Justiça do Rio. Na noite de ontem, os defensores de Belo haviam entrado com pedido de revogação da prisão junto à juíza Rute Viana Lins, 34ª Vara Criminal, que mandou prendê-lo no dia 29. O documento foi enviado para análise do Ministério Público, mas a decisão será da magistrada. No primeiro dia na cadeia, Belo recebeu a visita de sua noiva, a modeloViviane Araújo, que chegou à Divisão Anti-Sequestro (DAS), no Leblon, zona sul, dirigindo o Jaguar placa CVB 2626, de São Paulo ? presente do noivo. Viviane estava acompanhada por duas pessoas e permaneceu na delegacia das 15h05 às 17h30. ?Estou arrasada. Ele está muito nervoso com tudo isso, mas ele tem fé em Deus e eu também de que tudo vai se resolver?, disse Viviane. Muito abalado, o cantor tem sido mantido sob o efeito de tranqüilizantes. Um policial que esteve com Belo na quarta-feira afirmou que ele tomou um comprimido de Gardenal ainda no fórum, quando era ouvido pela juíza. Belo tem de dormir num colchonete. Ele teria passado parte da noite em claro e recebido nova dose de medicação às 2 horas. A polícia informou que a alimentação dos presos é composta de uma refeição diária, que inclui arroz, feijão, farofa, frango, carne ou salsichão, além de pão, maçã, chocolate e refrigerante. O delegado Marcelo Ambrósio, da Delegacia de Repressão às ações Criminosas Organizadas (Draco) também esteve com Belo na noite de quarta-feira. Segundo o policial, o cantor chorava muito e estaria agradecido pelo tratamento que recebeu da polícia. Outro policial contou que Belo se emocionou ao ver a multidão que o aguardava na delegacia de Roubos e Furtos (DRF), em Pilares, zona norte, seu destino inicial. O cantor estaria preocupado com as implicações do caso em sua carreira e sofrendo tremores. O delegado Fernando Morais, titular da DAS, soube, na manhã da quarta-feira, por um telefonema do chefe de Polícia Civil, Zaqueu Teixeira, que Belo poderia ficar em sua unidade, até a chegada do cantor. A DAS, que possui nove celas, abrigava 29 presos. De acordo com Morais, Belo está junto daqueles que oferecem menor risco para sua integridade. O secretário do pagodeiro, Alfredo Santana, e três amigas do cantor estiveram na delegacia para tentar vê-lo, mas disseram não ter conseguido. À tarde, até um ?clone? de Belo apareceu em frente à DAS. Leandro Brunet Sarmento, de 19 anos, posou para fotos e deu entrevistas para televisão. ?Me amarro nele, mas sósia não chego a ser?. Ambrósio afirmou que a Draco agora está concentrada na prisão de dez pessoas envolvidas no caso. São eles: Valdir Ferreira, o Vado, Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, Marcio da Silva Matos, o Marcinho muleta, Luiz Cláudio Caetano Rodigues, o Lorinho do Rato Molhado, Alek Sandro da Silva, André Almeida Duarte, o Menininho, Wallace Nascimento Brito, o Mucão, Marcelo Castro Moreira, Robson Lins Silva e o taxista Alexandre Luiz de Castro Júnior. Durante as investigações que levaram à prisão do cantor, a polícia esteve em sua casa com um mandado judicial, procurando armas de fogo. Na época, o cantor disse ter apenas uma pistola PT 380 registrada em seu nome. Em uma das conversas gravadas com o traficante Valdir Ferreira, o Vado, ele pedia que Belo lhe desse R$ 11 mil para comprar droga. Segundo o inspetor Fernando Bress, o quilo da cocaína no Rio de Janeiro está cotado entre seis e oito mil, dependendo da qualidade da droga.

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