Benedita começa a mapear a fome no Rio

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo do Rio começa, no dia 22 de junho, a medir e pesar todas as crianças com menos de cinco anos que moram nos sete municípios da Baixada Fluminense. O objetivo é saber o número real de crianças que sofrem de desnutrição na região e desenvolver políticas de combate à fome em uma das áreas mais carentes do Estado. Em seis meses, o governo pretende obter as informações das cerca de 400 mil crianças da Baixada. As últimas pesquisas feitas com base no Censo 1991 contaram cerca de 50 mil crianças desnutridas na Baixada. Mas o governo Benedita da Silva (PT) espera encontrar um número bem maior. Por isso, já colocou em andamento um programa para combater a desnutrição de pelo menos 22 mil crianças da região. O trabalho de medição e pesagem terá início nos municípios de Duque de Caxias, São João de Meriti e Nilópolis. Além de descrever o tamanho das crianças, os agentes de saúde também vão pedir que os pais respondam a um questionário com informações sobre saúde, renda e educação das famílias. "Com o cruzamento desses dados e números do Censo 2000, poderemos tentar fazer um mapa da pobreza e da fome na Baixada", afirma Inês Patrício, presidente da Fundação Centro de Informações e Dados do Estado do Rio. Inês é uma das coordenadoras do trabalho de criação desse novo indicador social do Estado, mas o projeto terá a participação de vários grupos da Baixada, como o Sistema de Vigilância Alimentar Nutricional, coordenado pelo bispo de Duque de Caxias, d. Mauro Morelli. Outro programa do governo estadual para tentar descobrir quem são e onde moram os pobres do Rio será a ampliação de postos de coleta de informação. Nesses locais, a população será convocada para responder detalhados questionários com endereço, características da família, renda, trabalho, educação e saúde. O objetivo é cadastrar a população de baixa renda para, no futuro, saber onde encontrá-la. Com isso, será mais fácil desenvolver políticas públicas de combate à miséria. "O problema é que, muitas vezes, os municípios não têm estrutura para localizar essas pessoas e envolvê-las em programas. Então, os projetos acabam se perdendo sem atingir quem está realmente precisando", explicou Inês.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.