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Bens de Abadia vão a leilão, mas PF fica sem mansão

Polícia queria usar casa de R$ 877 mil em condomínio de luxo para hospedar agentes de passagem por SP

Por Rodrigo Pereira
Atualização:

A Justiça Federal de São Paulo definiu as datas dos leilões de imóveis do megatraficante Juan Carlos Abadía, preso em agosto na Operação Farrapos. O patrimônio que será posto à venda terá lance mínimo de R$ 6 milhões. Um dos itens é a casa em que Abadía foi preso com a mulher, em Barueri, na Grande São Paulo. Construída em um condomínio de luxo em Aldeia da Serra, está avaliada em R$ 877.368,50 e teve a incorporação pedida pela direção da Polícia Federal de São Paulo. A PF alegou que usaria o imóvel para acolher policiais de outras cidades e Estados convocados para operações na capital. O juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal, aceitou o pedido de transferência dos veículos apreendidos na operação para a PF, mas negou o pedido de incorporação da casa e decretou sua venda em leilão. O Diário Oficial publica hoje o edital do leilão, que será presencial e eletrônico dos cinco imóveis atribuídos ao colombiano. O primeiro leilão foi marcado para 9 de janeiro, mas os lances poderão ser dados 15 dias antes nos sites www.leilao.gov.br e www.lej.org.br. O Instituto Nacional da Qualidade Judiciária (INQJ), responsável pela divulgação e pela gestão do leilão, prevê que até a semana que vem as fotos das casas, do sítio e da fazenda de Abadía estejam disponíveis nesses sites. Outra solicitação da PF à 6ª Vara Criminal Federal é que parte do dinheiro conseguido nos leilões e o dinheiro que foi apreendido com a quadrilha do megatraficante sejam utilizados para a compra de imóveis vizinhos à Superintendência da PF, na Lapa, zona oeste de São Paulo. Segundo a direção da instituição, a reestruturação da corporação - e contratação de mais policiais - tornou necessária a ampliação do prédio. O juiz ainda não decidiu sobre o destino do dinheiro, que ficará depositado em fundo até o fim do processo. LEILÕES Os dois leilões serão realizados no 2º andar do número 800 da Alameda Lorena, a partir das 14 horas. No primeiro, dia 9 de janeiro, serão vendidos todos os imóveis que atingirem ou ultrapassarem os valores mínimos. O segundo, no dia 21 de janeiro, só se realizará se os bens apreendidos não atingirem a avaliação inicial e aceitará lances a partir de 50% do valor do lance mínimo. "Essa forma de leilão, que é presencial e eletrônico simultaneamente, garante a participação de qualquer pessoa que se inscrever e impede qualquer conluio dos leilões tradicionais", disse o diretor de leilões do INQJ, Renato Moisés. MAPPIN Ele explicou que tem 140 mil pessoas cadastradas, que recebem por e-mail as datas de todos os leilões da Justiça Federal. "O sistema garante resultados muito positivos. Se o bem teve uma supervalorização, não conseguimos vendê-lo e temos que realizar uma segunda etapa para ajustá-lo; se está subavaliado, conseguimos ótimos lances", prosseguiu, utilizando como exemplo o leilão de um terreno e da marca Mappin na segunda-feira. "O terreno estava avaliado em R$ 16,28 milhões e foi vendido por R$ 27,5 milhões. Já a marca, avaliada em R$ 12 milhões, não recebeu nenhum lance", exemplificou.

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