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Berzoini não fala com a imprensa na saída da PF

A situação do presidente licenciado do PT é delicada, pois vários dos petistas envolvidos no escândalo eram seus subordinados no comitê de campanha à reeleição do presidente Lula

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-ministro e ex-coordenador da campanha à reeleição do presidente Lula, deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), deixou no início da tarde desta terça-feira a Polícia Federal, onde prestou depoimento por quase duas horas sobre o suposto envolvimento no episódio do dossiê Vedoin. No depoimento de quatro páginas, Berzoini negou participação na compra do dossiê Vedoin, que tinha o objetivo de comprometer candidaturas do PSDB. Ele disse que só soube do dossiê depois da publicação do caso na Imprensa. Ricardo Berzoini disse que o papel do petista Jorge Lorenzetti, ex-diretor do Banco do Brasil, na campanha de Lula, era, de fato, de análise de risco. Ele também afirmou desconhecer a origem do dinheiro (R$ 1,75 milhão para a compra do dossiê, apreendido em 14 de setembro com os petistas Gedimar Passos e Valdebram Padilha, em um hotel em São Paulo). Sobre Hamilton Lacerda, assessor da campanha de Aloizio Mercadante, candidato derrotado ao governo de São Paulo, Berzoini disse que estranhou a versão que ele deu para o fato de ter sido visto no hotel conduzindo malas. Conforme a versão, Hamilton disse que as malas continham material de campanha e não o dinheiro para a compra do dossiê. Berzoini disse que não era essa a função de Hamilton e considerou "estranho" esse argumento. Berzoini saiu pela garagem privativa, sem falar com a imprensa, do mesmo modo como entrou. O conteúdo do depoimento, no entando, veio a público. A Polícia Federal tomou o depoimento do presidente licenciado do PT, suspeito de envolvimento na compra do dossiê Vedoin. Há indícios de que ele tinha conhecimento da compra do dossiê por membros do PT. A situação de Berzoini é delicada porque vários dos petistas envolvidos no escândalo eram seus subordinados no comitê de campanha à reeleição do presidente Lula. Duas semanas antes do primeiro turno, a PF prendeu os petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha com R$ 1,75 milhão. O dinheiro, cuja origem ainda não foi identificada, seria usado para comprar um vídeo, um DVD e fotos que mostravam Serra, quando era ministro da Saúde, numa cerimônia de entrega de ambulâncias do esquema sanguessuga. A relação dos envolvidos no caso levou a crise para o comitê de campanha de Lula, então dirigido por Berzoini. Além de Gedimar, que fazia análise de documentos, foram citados assessores de confiança do deputado, como seu ex-secretário no Ministério do Trabalho Oswaldo Bargas, coordenador de programa de governo, e Jorge Lorenzetti, analista de mídia e risco do PT.

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