Blocos tocam de axé a pagode romântico na Avenida Tiradentes

Ela Não Vai, Love Fest, Lua Vai e Bloco Emo animam foliões no centro de São Paulo

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Por Gilberto Amendola
Atualização:

O bloco Domingo Ela Não Vai, dedicado ao axé music e suas vertentes aeróbicas, abre a segunda-feira, 4, de carnaval na Avenida Tiradentes, no centro de São Paulo. 

Foliões se divertem na Avenida Tiradentes, no centro de São Paulo Foto: Gabriela Bilo/Estadão

O número de foliões ainda não é grande, mas, por isso mesmo, muita gente comemora. “Delicia! Assim da pra brincar com mais tranquilidade”, avisa a estudante Joana Lira, 22 anos.  O Bloco atrai pessoas que querem um carnaval sem música eletrônica ou de balada. “Gente, é carnaval. Nada a ver esses blocos que ficam tocando música gringa. Amo Beyoncé, mas carnaval é axé”, vaticinou o estudante de moda Lucas de Souza, 19 anos.

Bloco Domingo Ela Não Vai desfilana Avenida Tiradentes, no centro de São Paulo. Foto: Gilberto Amendola/Estadão

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O Domingo Ela Não vai também se destaca pelas coreografias que provoca entre os foliões. Tem dança da mãozinha, da manivela, do bumbum é para qualquer outra parte do corpo anatomicamente flexível. “Carnaval é melhor que academia”, brinca o estudante Giovane Silas, 20 anos.  A maior expectativa no bloco, claro, é para os clássicos do É o Tchan - que já eram cantados em coro antes mesmo do bloco avançar pela avenida.

​Love Fest

O segundo bloco a ganhar a Tiradentes é o Love Fest. Logo de saída, o bloco que leva as cores do arco-íris LGBT+ avisou que a qualquer sinal de confusão ou assédio a música será interrompida. Foi reforçado também o lema da campanha “não é não” (contra o assédio).

Love Fest levas as cores do arco-íris em suas bandeiras Foto: Gilberto Amendola

Por enquanto, o público na Tiradentes não lembra em nada as aglomerações vistas no ano passado na Avenida 23 de Maio (hoje, números oficias ainda não foram divulgados). Na região, as igrejas localizaras na altura dos desfiles estão fechadas. Os moradores dos poucos prédios residenciais da avenida também não estão reclamando. “Acho até mais seguro quando tem gente por aqui. Por enquanto, nada a reclamar. E pra mim, que tenho criança pequena, só é possível pular carnaval perto de casa mesmo”, disse a fisioterapeuta Edileusa Cordeiro, 30 anos.

Ao passar em frente ao Batalhão Tobias Aguiar (Rota), o bloco Love Fest gritou “Marielle Vive”. 

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Lua Vai

Se o carnaval da Tiradentes começou com axé, agora ele segue no ritmo do pagodinho românticos. O terceiro bloco a entrar na avenida é o Lua Vai. “ A gente é foliã, mas também quer dormir de conchinha. Gosto desse ritmo mais namoradinha”, brincou a empresária Fernanda Duarte, 33 anos. “Depois de tanto agitação, vale um pagodinho mais suave pra relaxar”, completa o estudante Gilson Reis, 21 anos. Assim como outros blocos, o Lua Vai também avisou que esse era um carnaval sem assédio e que a festa pararia se houvesse algum caso de abuso.

Bloco Emo

O último bloco dessa segunda-feira a entrar na Avenida Tiradentes é bem diferente dos demais. Se hoje já foi o dia do axé e do pagode, agora é a vez do bloco Emo. Sim, pessoas vestidas de preto cantando músicas tristes em inglês. Destaque para a camisa: “make Emo great again”. “Carnaval é pra todo mundo. Se a gente quer celebrar o Emo não tem problema, não é?”, pergunta o Emo folião Ernesto Souza, 26 anos. Dos símbolos do carnaval tradicional, o que sobrevive a esse bloco é o Pierrot triste. “Carnaval também é triste, é fora de mina e lugar de perder namorada”, brinca o técnico de som Ricardo Mello, 31 anos.

PM organiza entrada de foliões na avenida

Como já era esperado, o fluxo de pessoas na Avenida Tiradentes aumentou durante o período da tarde. Para tentar evitar transtornos, a polícia militar e a prefeitura estão organizando filas para a entrada e saída de foliões na estação. Até o momento não há registro de incidentes graves.

Folões esperam na fila para entrar na Avenida Tiradentes Foto: Gilberto Amendola/Estadão
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