Bolsa-Família impulsiona campanha de Lula, diz <i>Post</i>

Segundo o jornal, o programa foi suficiente para que o presidente superasse os escândalos de corrupção e abrisse uma grande vantagem sobre Alckmin

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Por Agencia Estado
Atualização:

O pequeno agricultor e pai de sete filhos Edmundo Rodrigues da Silva é o personagem de uma extensa reportagem publicada no site do Washington Post sobre o Bolsa-Família e a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o jornal norte-americano, Silva é um dos beneficiados pelo "programa de assistência que paga cerca de US$ 40 por mês em dinheiro a mais de 11 milhões de famílias de baixa renda". Essa ajuda, diz o jornal, "foi suficiente para Silva comprar seu primeiro televisor e se mostrou fundamental para que o presidente superasse os escândalos de corrupção e abrisse uma vantagem de mais de 20 pontos nas pesquisas de intenção de voto sobre Geraldo Alckmin". A reportagem cita, no entanto, as críticas de que as medidas assistenciais como essa tiram o foco das reformas estruturais na educação e na economia, "mudanças que, segundo muitos analistas, o próximo presidente será pressionado a implementar." Citado pela matéria, o consultor do departamento de pesquisa do Banco Interamericano de Desenvolvimento em Washington, Eduardo Lora, afirma que "está claro que mais crianças estão freqüentando a escola, mas não que elas estejam aprendendo mais". Lora também chama atenção para o fato de o programa representar apenas uma parte do orçamento "de um país de 185 milhões onde a maioria dos trabalhadores gasta cerca de 36% de sua renda em impostos." A reportagem termina voltando a citar a família de Silva. "Contra uma parede rachada há uma pequena pilha de arroz, feijão, sementes de girassol, parafina e olho de oliva. Tudo isso comprado com o Bolsa Família." Segundo Ana Lúcia, mulher de Silva, "provavelmente 99%" de seus vizinhos em Alto de Santa Helena, um distrito pobre de Governador Valadares (MG), são beneficiados pelo programa. "No vilarejo, ela e seu marido afirmam que apenas três pessoas pretendem votar em Alckmin em vez de Lula. Uma razão para esse apoio, dizem eles, é a esperança de que Lula irá aumentar os pagamentos distribuídos. ´Agora eu quero comprar móveis´, diz Ana Lúcia."

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