
26 de janeiro de 2019 | 04h34
SÃO PAULO - O presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobrevoará na manhã deste sábado, 26, a região atingida pelo rompimento da barragem 1 da mina Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte. A informação foi divulgada no início da tarde pelo porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, e consta na agenda oficial do Planalto.
Bolsonaro deixará a Base Aérea de Brasília às 8h30 com destino ao Aeroporto Internacional de Confins, na Grande BH. A chegada à capital mineira está prevista para às 9h30. Em seguida, o presidente seguirá para Brumadinho, onde deverá sobrevoar a região afetada. Não há informações se Bolsonaro irá aterrissar na cidade. Às 10h40, ele deverá participar de uma reunião em Belo Horizonte e retornará para Brasília às 12h10.
O rompimento da barragem em Brumadinho deixou pelo menos sete mortos e 150 desaparecidos, segundo balanço mais recente divulgado pelo governo de Minas Gerais a partir de dados entregues pela Vale. A onda de rejeitos atingiu o centro administrativo da Vale e o terminal de carregamento da mineradora. Ao todo, 427 pessoas estavam no local no momento do desastre - 279 foram resgatadas. Nove pessoas foram salvas da lama e cerca de 100 pessoas ilhadas foram localizadas e resgatadas.
Residências da Vila Ferteco, na zona rural de Brumadinho, também foram tomadas pela lama. Moradores relataram ao Estado os estragos provocados pelo rompimento da barragem e a busca por amigos e parentes desaparecidos.
Em Brasília, o governo federal montou um gabinete de crise no Planalto na sexta, 25, logo após as atualizações do desastre que atingiu Brumadinho. O órgão vai coordenar a atuação dos ministérios envolvidos na busca de soluções para o rompimento da barragem e procurar medidas de redução de danos.
No fim da tarde de sexta, Bolsonaro concedeu entrevista à rádio Regional de Brumadinho e disse "lamentar profundamente" o ocorrido.
"Acionamos o gabinete chamado de crise em Brasília, ficaremos antenados aí 24 horas por dia para prestar informações à população, para colher informações também, de modo que possamos minimizar mais essa tragédia depois de Mariana, que a gente esperava que não tivesse uma outra, até por uma questão de servir de alerta aquela", declarou Bolsonaro na entrevista.
O presidente também justificou que o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, "sequer teve ainda como montar uma boa administração que vai particularizar a questão" da fiscalização de estruturas de armazenamento de resíduos de mineração. "Não quero começar a culpar os outros pelo que está acontecendo, mas algo está sendo feito errado ao longo dos tempos", afirmou.
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