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Bombas na Administração Penitenciária são parecidas

Por Agencia Estado
Atualização:

Dois dias depois de ser atingido por uma granada, o prédio da Secretaria de Administração Penitenciária do de Estado de São Paulo foi novamente atacado com um artefato explosivo. Segundo testemunhas que estavam próximas do edifício, perto da esquina da Avenida São João com o Largo do Arouche, dois homens que estavam numa moto atiraram a bomba por volta das 20h45. Duas mulheres que passavam pelo local ficaram feridas por causa dos estilhaços do material. De acordo com o tenente Ricardo Folkis, a granada de fabricação industrial modelo GL-305 é do mesmo tipo da que foi lançada contra a secretaria na quarta-feira. ?Usaram o mesmo modus operandi?, disse. ?Era uma bomba de efeito moral, cuja explosão espalha pequenos fragmentos de plástico e cujo gás faz os olhos lacrimejarem, irrita o nariz e, se inalado em grande quantidade, pode provocar sufocamento.? Em casos extremos, de acordo com o tenente, a vítima pode morrer. PCC Mais uma vez, foi encontrada uma faixa em que havia uma mensagem do Primeiro Comando da Capital (PCC), que assumiu a autoria do primeiro ataque. O teor da mensagem era o seguinte: ?Nós também não nos intimidamos com a polícia nem com você, (o governador Geraldo) Alckmin. Se vocês continuarem com os maus-tratos no sistema carcerário, nós vamos matar os funcionários e também seus familiares. A diretoria PCC 1533 Paz, Justiça e Liberdade.? O secretário-adjunto José Antônio Rolim foi ao local e na segunda-feira, às 14 horas, dará uma entrevista sobre o assunto. Testemunha O radialista Eduardo Cardoso testemunhou o incidente, pois trabalha na região. ?Uma moto parou na frente do prédio, um deles desceu e colocou alguma coisa no chão?, disse. ?Não achei que fossem fazer isso de novo.? Como estava escuro na hora, Cardoso disse não ter condições de descrever os autores do ataque. ?Acho que estavam de capacete e usavam jaquetas claras?. Cardoso ligou para o serviço de emergências da Polícia Militar em seguida. ?Mas eles ficaram perguntando tantas coisas, que quando eu pude falar para que direção eles haviam fugido, certamente eles já estavam longe?, disse. De acordo com ele, as duas vítimas ? duas mulheres, que não tinham sido identificadas até as 23h ? passavam pela calçada quando foram atingidas. ?Parecia ser uma bomba de gás lacrimogêneo?, disse o radialista. Escoriações leves As duas mulheres atingidas, que não são funcionárias da secretaria, foram levadas para o Pronto-Socorro da Santa Casa de Misericórdia. Segundo as primeiras informações, elas sofreram apenas escoriações leves. O Gate isolou a frente do prédio da secretaria e recolheu alguns estilhaços da bomba. O delegado seccional do centro, Jorge Carrasco, que esteve no local, afirmou que já há suspeitos do primeiro atentado, mas não quis fornecer detalhes. O secretário Nagashi Furukawa não foi ao local. Silêncio Procurado à tarde pela Agência Estado, o delegado Jorge Carlos Carrasco informou, por meio da assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública, que só daria informações a respeito do atentado de quarta-feira à Secretaria da Administração Penitenciária quando concluir o inquérito. Carrasco não liberou o conteúdo dos depoimentos das testemunhas que está ouvindo. O delegado também não deu informações a respeito do proprietário do Santana escuro apreendido no Largo do Arouche, meia hora depois que foi lançada uma granada contra a portaria da secretaria, destruindo vidraças e ferindo levemente cinco funcionários. O delegado acredita que a granada foi lançada por pessoas que ocupavam esse veículo, a respeito do qual que não consta queixa de roubo. Na Seccional Centro, a secretária de Carrasco informou que o delegado não poderia atender a imprensa, porque estava ?fazendo diligências?.

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