Bombeiro é acusado de atrapalhar investigações do assassinato de Marielle Franco

Maxwell Simões Correa e outros quatro denunciados são investigados por terem ajudado a ocultar armas de fogo de uso restrito e acessórios pertencentes a Ronnie Lessa, um dos autores do crime

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Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:

 Agentes do Ministério Público do Rio de Janeiro, da Corregedoria do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil deflagraram uma operação nesta quarta-feira, 10, para prender mais um acusado de obstruir as investigações dos assassinatos da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O bombeiro Maxwell Simões Correa é alvo de mandado de prisão “por atrapalhar de maneira deliberada” as investigações, junto a outras quatro pessoas já denunciadas ao Judiciário.

Segundo as investigações, no dia 13 de março de 2019, um dia depois das prisões dos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, denunciados como autores dos crimes, Maxwell e outros quatro denunciados ajudaram a ocultar armas de fogo de uso restrito e acessórios pertencentes a Ronnie, que estavam armazenados em um apartamento no bairro do Pechincha utilizado pelo ex-policial e em locais ainda desconhecidos.

Vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) foi morta a tiros no Rio de Janeiro. Foto: EFE/Mario Vasconcellos/CMRJ

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Segundo a nota do MPRJ, Maxwell cedeu o veículo utilizado para guardar o vasto arsenal bélico pertencente a Ronnie, entre os dias 13 e 14 de março de 2019, para que o armamento fosse, posteriormente, descartado em alto mar.

Além do mandado de prisão, a operação batizada de Submersus 2 cumpre também mandados de busca e apreensão em dez endereços na cidade do Rio de Janeiro ligados a Maxwell e aos outros quatro investigados, presos durante a operação Submersus: Elaine Pereira Figueiredo Lessa, esposa de Ronnie; Bruno Pereira Figueiredo, cunhado de Ronnie; José Marcio Mantovano e Josinaldo Lucas Freitas.

“A obstrução de Justiça praticada pelo denunciado, junto aos outros quatro denunciados, prejudicou de maneira considerável as investigações em curso e a ação penal deflagrada na ocasião da operação ‘Submersus’, na medida em que frustrou cumprimento de ordem judicial, impedindo a apreensão do vasto arsenal bélico ali ocultado e inviabilizando o avanço das investigações. A arma de fogo utilizada nos crimes ainda não foi localizada em razão das condutas criminosas perpetradas pelos cinco denunciados, cabendo ressaltar que Maxwell ostentava vínculo de amizade com os acusados dos crimes e com os denunciados Josinaldo Lucas Freitas e José Márcio Mantovano”, ressaltou a nota oficial sobre a operação. A decisão foi proferida pelo Juízo da 19ª Vara Criminal da Comarca da Capital, informou o MPRJ, em nota.

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