Bombeiros suspendem buscas por van soterrada em acidente

Deslizamento em obras da estação do metrô em São Paulo abriu cratera gigante

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os bombeiros suspenderam às 23 horas desta sexta-feira as buscas pelo microônibus circular Terminal CPTM/Pinheiros (177 Y), da cooperativa Transcooper, que foi soterrado no desabamento ocorrido na tarde desta sexta-feira nas obras da estação Pinheiros, da futura linha amarela do Metrô de São Paulo no canteiro de obras do Metrô. As buscas serão retomadas na manhã deste sábado. Dentro da van estariam o motorista, cobrador e um número não preciso de passageiros. Segundo uma testemunha que disse ter visto o veículo sendo soterrado, dois passageiros estariam na van. A mulher do motorista do microônibus, Reinaldo Aparecido Leite, 40 anos, disse ter recebido no meio da tarde um pedido de socorro via rádio. De acordo com a cooperativa de transporte, o cobrador da van é Wercley Adriano da Silva, 22 anos. Também na manhã deste sábado, uma reunião entre geólogos da Defesa Civil e bombeiros irá decidir se usarão equipamentos pesados para procurar o microônibus no local do acidente. As buscas foram feitas ao longo do dia, em um túnel embaixo da Marginal do Pinheiros e depois na outra extremidade. O Sistema de Posicionamento Global (GPS) que estaria no lotação estava sem sinal nesta noite. Funcionários da cooperativa informaram que o último registro captado do veículo foi na Rua Capri por volta das 15 horas, o momento do incidente. Segundo a TV Globo, o último sinal do GPS foi captado pelo veículo estando a 28 metros de profundidade. "A situação está difícil", afirmou por volta das 23 horas o capitão do Corpo de Bombeiros Rogério Scheffer, que está trabalhando na busca de possíveis vítimas do acidente. Segundo ele, a cratera deve atingir cerca de 48 metros de profundidade. O acidente o deslizamento deixou uma cratera de cerca de 80 metrôs de diâmetro e 30 de profundidade próximo à Marginal Pinheiros, zona oeste de São Paulo, soterrando vários veículos. Equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar esvaziaram a região por conta do risco de outros desabamentos. Várias pessoas tiveram que deixar suas residências e trabalhos na região. Um guindaste ameaçava cair sobre a Marginal dos Pinheiros mas, no início da noite, o metrô decidiu estabilizá-lo e desmontá-lo. Segundo a Companhia de Engenharia e Tráfego (CET) de São Paulo, as duas pistas da Marginal Pinheiros foram interditadas na noite desta sexta-feira e permanecerão fechadas durante todo o final de semana. Causas do deslizamento O representante do Consórcio Linha Amarela, responsável pelas obras da linha 4 do Metrô, afirmou que ocorreu uma falha geológica na parede em escavação, rompendo o anel de contenção do poço, que lentamente afundou. ?A obra está em área de várzea de rio, geologicamente instável?, disse Mauro Bastos. O prejuízo para a seguradora da obra pode passar de R$ 1,3 bilhão. O consórcio é liderado pela construtora Odebrecht, por meio da subsidiária CBPO Engenharia Limitada, e reúne as empresas Queiroz Galvão, OAS, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. Logo após o acidente, Bastos informou que o desmoronamento foi lento, dando tempo aos operários de saírem do local. O poço tinha 38 metros de profundidade e dois túneis. Só um deles, na direção da Rua Ferreira Aragão, teria sido atingido pelo desmoronamento. Falta de energia, gás e telefone As ruas ao redor do acidente tiveram o fornecimento de energia suspenso, de acordo com a Eletropaulo, principalmente nas ruas Capri e Gilberto Sabino, próximas ao local do acidente. A Companhia de Gás de São Paulo (Comgás) também interrompeu preventivamente o fornecimento de gás natural na região das obras do Metrô Pinheiros. Segundo a assessoria de imprensa da companhia, a partir do momento que o desabamento estiver contido, a Comgás retomará o fornecimento de gás na região do acidente. O desabamento também deixou cerca de 100 clientes da Telefônica sem telefone. O acidente afetou um cabo de baixa capacidade da operadora e a empresa teve de aguardar a liberação do local para restabelecer o serviço.

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